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Entenda como presidente argentino pegou covid-19 após ser vacinado

Fernández havia tomado as duas doses da Sputnik V. Infectologista explica que, nesses casos, a doença se desenvolve de forma leve

Saúde|Do R7, com agências internacionais

Alberto Fernández completou 62 anos na última sexta-feira (2)
Alberto Fernández completou 62 anos na última sexta-feira (2)

O presidente da Argentina, Alberto Fernández, apresentou teste positivo para covid-19 mesmo após ter recebido as duas doses da vacina russa Sputnik V, conforme anunciado neste sábado (3). Com sintomas leves, o político chegou a registrar 37,7 graus de febre e dor de cabeça.

De acordo com o infectologista Renato Kfouri, diretor da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações) e membro do Comitê Técnico Assessor do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde, isso é possível porque nenhum dos imunizantes testados contra o coronavírus é 100% eficaz.

No caso da Sputnik V, desenvolvida pelo Instituto Gamaleya, na Rússia, a eficácia comprovadapara a prevenção da covid-19 é de 91,6%. Por isso, segundo Kfouri, a imunização não dispensa o uso de máscaras.

"Há pelo menos três razões que justificam o uso da máscara após a segunda dose: as vacinas não são 100% eficazes, então é possível ainda contrair a doença. Mesmo que não seja grave, pode causar mal-estar; não existem demonstrações inequívocas de que as vacinas são capazes de prevenir a transmissão, então o indivíduo vacinado pode não adoecer, mas vai transmitir para outros”, afirma.


Durante os testes da fase 3 dos estudos clínicos da Sputnik V, etapa em que é avaliada a eficácia do imunizante, houve 16 casos sintomáticos de covid-19 entre as pessoas que receberam a vacina, segundo divulgou o Instituto Gamaleya.

O Ministério da Saúde da Argentina informou que o presidente está entre menos de 0,2% dos vacinados do país que contraíram covid-19. A ministra Carla Vizzotti disse que os dados estão sendo analisados pelo governo.


Fernández, que completou 62 anos na última sexta (2), recebeu a primeira dose da Sputnik V em 21 de janeiro e foi inoculado com a segunda dose em 11 de fevereiro, de acordo com o gabinete presidencial.

"O que meus médicos me dizem é que a vacina gerou uma quantidade significativa de anticorpos para que eu não esteja passando por isso agora como uma pessoa de 62 anos que está infectada", explicou.


"Se não fosse pela vacina, obviamente eu estaria muito mal, que é como o vírus ataca uma pessoa da minha idade", acrescentou.

Segundo o painel de vacinação do La Nación, um dos principais jornais argentinos, até agora 3.495.125 (7,7%) de pessoas receberam a primeira dose da vacina e 683.771 (1,5%) tiveram aplicada a também segunda dose do imunizante contra a covid-19. Ao todo, o país vizinho teve 2.373.153 infectados pela doença, tendo perdido 56.023 vidas.

Sputnik V no Brasil

A União Química, farmacêutica que representa a vacina russa no Brasil, já encaminhou à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) dois pedidos para a liberação do uso emergencial do imunizante, sendo que o último foi enviado no dia 26 de março.

Em nota divulgada na última quinta-feira (1º), a Anvisa afirmou que a empresa ainda não enviou a documentação completa para a análise do segundo pedido, o que resultou na suspensão do prazo de resposta referente à autorização.

A primeira solicitação foi rejeitada pela agência em 16 de janeiro, porque a União Química não enviou os documentos necessários para a continuidade da análise.

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