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Entenda o que é o transplante fecal e por que ele é polêmico

Procedimento é realizado para tratar colite pseudomembranosa e, geralmente, não oferece riscos ao paciente, segundo especialista

Saúde|Giovanna Borielo, do R7*

Procedimento ajuda na microbiota do paciente
Procedimento ajuda na microbiota do paciente

O FDA (Food and Drug Administration), órgão regulador de alimentos, medicamentos e procedimentos de saúde nos Estados Unidos, gerou um alerta para profissionais de saúde sobre a realização de transplantes fecais. Segundo o comunicado, dois pacientes imunodeprimidos, que realizaram o transplante, foram infectados pela bactéria Escherichia coli e um deles morreu.

De acordo com o gastrocirurgião Alexandre Sakano, da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo, a bactéria Escherichia coli vive normalmente no intestino humano. Porém, assim como no caso relatado pelo FDA, quando essa bactéria é transmitida para um indivíduo imunodeprimido, ela pode colonizar o intestino, cair na corrente sanguínea e gerar uma sepse, podendo levar à morte.

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O transplante fecal é um método, autorizado por entidades médicas, para tratar casos de colites psecolite udomembranosas ocasionadas pela bactéria Clostridium dificille. "Hoje, existem transplantes fecais como tratamento experimental para melhora de imunidade, para doenças intestinais inflamatórias (DII), emagrecimento e até mesmo para o autismo, mas não existe nenhuma comprovação científica quanto a isso. A única doença autorizada para utilizar esse tratamento é a colite psudomembranosa", afirma o médico.


Sakano afirma que o paciente contrai esse tipo de colite, geralmente, quando está internado com infecções graves. O problema faz com que essa pessoa apresente sangramentos, diarreia grave e até perfurações intestinais, podendo não ter respostas a alguns antibióticos.

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​Com a falta de resposta ao medicamento, o paciente pode ser submetido ao transplante fecal. "No procedimento, são colhidas fezes de uma pessoa saudável, que passa por testes de inúmeras doenças, como HIV e hepatites, e de outras bactérias. Depois, essas fezes passam por uma limpeza e são misturadas com soro fisiológico e, aí, são injetadas na pessoa que está passando pelo tratamento, por meio de uma sonda, que pode ser oral, nasal ou via retal", explica Sakano.

Assim, ao colocar as fezes saudáveis de maneira artificial, as bactérias deste material ajudariam a combater a infecção ocasionada pela Clostridium dificille, matando-a.


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O procedimento é considerado simples, e a pessoa pode retornar para sua casa no mesmo dia, dependendo da gravidade do quadro. Sakano afirma que a melhora pode ser imediata ou aparecer até dois dias após o procedimento.

O médico afirma que o transplante fecal não costuma dar rejeições. Após o procedimento, o paciente não deve continuar a tomar antibióticos, pois o uso do medicamento pode fazer com que as novas bactérias "do bem" morram.

*Estagiária do R7 sob supervisão de Deborah Giannini

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