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Entorses no tornozelo, como os de Neymar, podem ser causadas tanto por anatomia quanto por esforço

Lesão pode ocorrer por falta de percepção sensorial da área, e a má recuperação aumenta os riscos de novos casos

Saúde|Giovanna Borielo, do R7

Neymar sofreu nova lesão no tornozelo direito durante jogo no domingo (19)
Neymar sofreu nova lesão no tornozelo direito durante jogo no domingo (19) Neymar sofreu nova lesão no tornozelo direito durante jogo no domingo (19)

No último domingo (19), Neymar sofreu um novo entorse no tornozelo direito, durante um jogo do Paris Saint-Germán contra o Lille. O jogador brasileiro saiu de campo aos prantos ao sofrer a mesma lesão que teve durante a Copa do Mundo do Catar. Embora nenhuma fratura tenha sido constatada, o astro deve ser submetido a novos exames para checar se não houve nenhum rompimento de ligamentos na área.

O ortopedista Alexandre Stivanin afirma que os entorses podem ir desde a lesão ligamentar até a fratura, sendo o primeiro o caso mais comum. Isso costuma causar, além da dor, instabilidade no local. Fabiano Nunes, ortopedista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, explica que tais ligamentos são os responsáveis, também, pela percepção sensorial e pela adaptação da pisada em terrenos irregulares. 

Assim, em casos de entorses repetidos no local, como o caso do jogador, se não houver uma recuperação adequada, esses ligamentos podem perder a capacidade de estabilidade e de percepção, o que aumenta os riscos de repetição do episódio.

"Quando falamos de entorses, é necessário ressaltar que elas possuem graus, podendo variar desde uma pequena distensão até uma ruptura total desse ligamento. Além disso, é possível ter lesões ósseas associadas ou lesões cartilaginosas, que costumam ocorrer em casos mais graves, podendo ocorrer uma contusão óssea, por exemplo, que dificulta e atrasa o processo de recuperação", completa Nunes.

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Outra razão que pode ser o porquê de repetidas lesões como a do craque são as características anatômicas e físicas individuais, como a espessura desse ligamento, o grau de fixação, o formato do pé ou o tipo de pisada. A capacidade física, de equilíbrio, muscular e de percepção, além da anatomia da fibra ligamentar, da capacidade de elasticidade da fibra de colágeno e da amplitude de movimento, também têm influência nos riscos.

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O ortopedista da BP afirma que Neymar, por ser um atleta de alta performance, normalmente já submete toda a articulação do corpo a um estresse muito maior e acentuado, forçando o local. Articulações, quando muito forçadas, acabam tendo um risco maior de lesões, e, se houver uma anterior que não foi bem tratada, os riscos de ocorrer uma nova são maiores. Por outro lado, por haver preparo físico em jogadores, é mais comum que eles estejam mais preparados e tenham um menor risco de machucados como esse, quando comparados a quem não pratica o exercício.

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O trauma é considerado comum e ocorre com frequência, principalmente quando se trata de uso de membros inferiores em terrenos irregulares. A repetição do ferimento acaba por causar sequelas, e podem ocorrer lesões condrais, quando há desgaste local e contusões ósseas. A longo prazo, esses casos podem evoluir para uma artrose.

Stavinin afirma que exames de imagem se fazem necessários para auxiliar o prognóstico e avaliar se apenas ligamentos foram afetados ou se pode haver, também, lesões na cartilagem. Os tratamentos costumam ser conservadores, com o uso de gelo para diminuir o inchaço e a imobilização da área, e levam cerca de uma a três semanas para a total recuperação. Dependendo do grau do entorse e de sua gravidade, pode haver a necessidade de intervenções cirúrgicas.

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A recuperação depende, também, de trabalho fisioterápico, no qual será trabalhada a musculatura da área, a fim de fortalecer seu entorno e de que seja readquirida a capacidade de percepção sensorial. É possível a utilização de estabilizadores de tornozelo, porém isso demandará a redução de mobilidade articular — o que acaba sendo impraticável em atletas, que dependem dessa movimentação. Já para pessoas que não têm essa necessidade, o uso de uma proteção diminuirá o risco de novas lesões.

Entretanto, Nunes alerta que o uso repetido de tais instrumentos pode desenvolver essa piora sensorial, o que facilita a ocorrência de novas lesões quando eles são retirados. A utilização de estabilizadores só é aplicável em casos sem recomendação cirúrgica.

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