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Estudo mostra qual é o segredo genético de mulher que viveu 117 anos. Confira

Microbiota e metabolismo de Maria Branyas eram semelhantes aos de uma criança, diz médico que a acompanhava

Saúde|Do R7, em Brasília

A longevidade de Maria Branya foi estudada pelo especialista Manel Esteller Reprodução/X @ManelEsteller - 17.03.2023

Maria Branyas Morera deixou um legado científico que pode revolucionar o entendimento sobre envelhecimento e longevidade. Ela morreu aos 117 anos, em agosto de 2023, e tanto tempo de vida chamou a atenção de especialistas.

Um estudo genético liderado por Manel Esteller, professor da Universidade de Barcelona e especialista em epigenética, revelou que Branyas possuía um “genoma privilegiado”, com células que se comportavam como se fossem 17 anos mais jovens.

Além disso, sua microbiota intestinal assemelhava-se à de uma criança, característica que pode estar ligada à sua saúde excepcional.

A microbiota é uma comunidade de microrganismos, como bactérias, fungos e vírus, que vivem em harmonia com o nosso corpo. Eles estão presentes principalmente no intestino, mas também habitam a pele, a boca e outras áreas. Esses pequenos “parceiros” são fundamentais para a nossa saúde: ajudam na digestão dos alimentos, fortalecem nossas defesas naturais, produzem vitaminas importantes e nos protegem contra micróbios que podem causar doenças.


“Encontramos em Maria Branyas uma combinação de variantes raras em vários genes e vias [sistema imunológico, cardioproteção, atividade cerebral e metabolismo mitocondrial] que provavelmente agiram em conjunto para promover sua extraordinária longevidade”, explicou o especialista Manel Esteller, que acompanhou de perto a mulher, ao jornal espanhol Ara.

Genética e cuidado com a saúde

Nascida em São Francisco em 1907, Branyas viveu eventos históricos como duas guerras mundiais e a pandemia de Covid-19, da qual se recuperou de forma assintomática. A pesquisa, a mais completa já realizada sobre um supercentenário, analisou seu genoma, transcriptoma, metaboloma, proteoma e microbioma, identificando variantes genéticas raras associadas à longevidade.


Ela mesma pediu que a estudassem enquanto era viva e depois que morresse. Entre as descobertas, destacam-se um metabolismo lipídico altamente eficiente, níveis equilibrados de colesterol e ausência de diabetes ou obesidade.

O metabolismo lipídico é como uma “fábrica” do nosso corpo que cuida de tudo relacionado às gorduras (também chamadas de lipídios). Quando comemos alimentos gordurosos, essa “fábrica” entra em ação: ela quebra as gorduras, transporta-as para onde são necessárias, armazena o que não é usado imediatamente e transforma parte delas em energia. Além disso, as gorduras são importantes para produzir hormônios e para formar as membranas que protegem nossas células.


A microbiota de Branyas, rica em bifidobactérias e com grande diversidade, foi outro ponto marcante. As bifidobactérias são um tipo de bactéria “do bem” que vive naturalmente no intestino humano, fazendo parte da microbiota intestinal. Elas são consideradas probióticas, ou seja, microrganismos que trazem benefícios à saúde quando presentes em quantidades adequadas.

Essa característica pode estar relacionada ao controle da inflamação, cognição e saúde óssea e muscular. A dieta mediterrânea, incluindo três iogurtes diários, e hábitos como evitar álcool e fumar, além de manter conexões sociais, contribuíram para sua saúde.

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