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Exposição prolongada à poluição aumenta risco de demência, mostra estudo

Revisão de estudos com dados de 26 milhões de pessoas associa poluentes do ar a declínio cognitivo, incluindo Alzheimer

Saúde|Gabriela Cupani, da Agência Einstein

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • Exposição prolongada à poluição aumenta risco de declínio cognitivo, segundo estudo da Universidade de Cambridge.
  • A revisão abrange 51 estudos com dados de 26 milhões de pessoas, associando poluentes a vários tipos de demência.
  • Três poluentes principais identificados: material particulado, dióxido de nitrogênio (NO2) e fuligem, que podem causar neuroinflamação.
  • Recomenda-se reduzir a exposição à poluição por meio de ações coletivas e individuais, como melhorar o transporte público e criar mais áreas verdes.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Material particulado, dióxido de nitrogênio e fuligem estão entre os poluentes mais perigosos Pixabay

Ficar exposto à poluição durante muito tempo aumenta o risco de declínio cognitivo, mostra uma nova revisão de estudos feita pela Universidade de Cambridge, no Reino Unido, em conjunto com outras instituições e publicada no The Lancet.

A poluição vem sendo apontada como um fator de risco para a demência, mas ainda não se sabe exatamente qual o seu impacto. Assim, os autores fizeram uma ampla revisão envolvendo 51 estudos observacionais sobre o tema, que reúnem dados de 26 milhões de participantes, principalmente de países de alta renda.


Os artigos avaliados trazem informações sobre a exposição de longo prazo a poluentes, ou seja, por períodos superiores a um ano, e sua associação com diagnóstico posterior de vários tipos de demência, como esclerose múltipla, doença do neurônio motor e Alzheimer.

A análise revelou uma forte associação entre três poluentes e maior risco de perda cognitiva: material particulado, composto por diversas partículas como as emitidas por veículos ou indústrias, o dióxido de nitrogênio (NO2), proveniente da queima de combustíveis fósseis, e a fuligem.


Danos aos pulmões, alterações vasculares e outros riscos

Segundo especialistas, esses compostos, além de causarem danos aos pulmões, estariam associados a uma neuroinflamação. “As partículas poluidoras do ar poderiam causar inflamação dentro do Sistema Nervoso Central, levando, por exemplo, a uma maior deposição das placas beta amiloide [associadas ao Alzheimer]”, diz a geriatra Thais Ioshimoto, do Einstein Hospital Israelita.

Esses poluentes também poderiam causar alterações vasculares, contribuindo para a formação de placas de ateroma, o que leva a entupimentos nos vasos que podem levar a microinfartos cerebrais. “Esses microinfartos ocorrem em pequenas artérias. Por isso, a pessoa não percebe imediatamente, mas podem levar à perda de memória, por exemplo”, explica a geriatra.


Segundo os autores, o resultado do estudo sugere que implementar medidas para reduzir a exposição da população à poluição pode contribuir para a queda das taxas de demência no mundo, trazendo benefícios não só à saúde, mas também econômicos.

Medidas para reduzir a poluição

Os especialistas reforçam a importância de medidas coletivas e individuais para reduzir a poluição. Entre as ações recomendadas estão: investir em transporte público de qualidade, incentivar o uso de fontes renováveis de energia, ampliar áreas verdes nas cidades e reduzir o uso de combustíveis fósseis. Pequenas atitudes cotidianas, como optar por caminhar ou pedalar em trajetos curtos e evitar o descarte inadequado de resíduos, também ajudam a diminuir a emissão de poluentes e proteger a saúde cerebral da população.

Perguntas e Respostas

 

Qual é a conclusão do estudo sobre poluição e demência?

 

Um estudo realizado pela Universidade de Cambridge e publicado no The Lancet concluiu que a exposição prolongada à poluição aumenta o risco de declínio cognitivo, incluindo demências como Alzheimer.

 

Quantos estudos foram revisados e quantas pessoas participaram da pesquisa?

 

A revisão envolveu 51 estudos observacionais que reuniram dados de 26 milhões de participantes, principalmente de países de alta renda.

 

Quais tipos de poluentes estão associados ao aumento do risco de demência?

 

A análise identificou uma forte associação entre a perda cognitiva e três poluentes: material particulado, dióxido de nitrogênio (NO2) e fuligem.

 

Como esses poluentes afetam a saúde cerebral?

 

Esses poluentes podem causar danos aos pulmões e estão associados a uma neuroinflamação, que pode levar à deposição de placas beta amiloide, relacionadas ao Alzheimer. Além disso, podem causar alterações vasculares que resultam em microinfartos cerebrais, afetando a memória.

 

Quais medidas podem ser tomadas para reduzir a exposição à poluição?

 

Os especialistas recomendam implementar medidas coletivas e individuais, como investir em transporte público de qualidade, incentivar o uso de fontes renováveis de energia, ampliar áreas verdes nas cidades e reduzir o uso de combustíveis fósseis. Adoções de pequenas atitudes, como caminhar ou pedalar em trajetos curtos e evitar o descarte inadequado de resíduos, também são importantes.

 

Qual é a importância de reduzir a poluição segundo os autores do estudo?

 

Os autores sugerem que a redução da exposição à poluição pode contribuir para a diminuição das taxas de demência no mundo, trazendo benefícios tanto para a saúde pública quanto para a economia.

 

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