Falta remédio em oito a cada dez municípios do país, aponta pesquisa

CNM alerta que cirurgias eletivas e tratamentos estão sendo adiados em algumas cidades devido ao desabastecimento; não há previsão para resolução do caso

15/07/2022 - 17h45 (Atualizado em 04/04/2024 - 03h53)

Remédios estão em falta em oito a cada dez municípios do país segundo um levantamento da CNM (Confederação Nacional de Municípios) feito com 2.469 prefeituras e divulgado nesta sexta-feira (15). As cidades relatam ausência de estoque na rede pública principalmente do antibiótico amoxicilina, usado contra infecções, e do anti-inflamatório dipirona, indicado para tratar dores e febre.

Conforme a CNM, mais de 80,4% dos gestores que responderam à consulta relataram sofrer com falta de remédios para atender a população. A entidade sugeriu, então, que eles indicassem os tipos de remédios em falta de uma listagem preestabelecida. A pesquisa foi aplicada entre os dias 23 de maio a 20 de junho.

Lista dos principais remédios em falta nas cidades

Amoxicilina (em falta em 68% das cidades que relataram escassez de algum medicamento);

Dipirona (65,6%);

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Dipirona injetável (50,6%);

Prednisilona (45,3%);

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Azitromicina (42%);

Ambroxol (39,6%);

Outro (55,6%).

A maioria dos gestores (44,7%) de cidades com falta de medicamentos informou que a situação se estende entre um período de 30 a 90 dias. Ao mesmo tempo, 19,7% relataram que o problema é crônico, uma vez que o desabastecimento se estende por mais de três meses.

"Problemas no fornecimento pelo Ministério da Saúde, movimentos de protesto de funcionários em portos e aeroportos, questões envolvendo a política internacional como dificuldades de importação de insumos, por causa da guerra na Ucrânia e do lockdown na China, são alguns dos motivos mais relatados", informou a CNM no relatório do levantamento.

"Existe há mais de 90 dias desabastecimento crônico de medicamentos básicos e especializados que está afetando os serviços públicos de saúde, inclusive os básicos, estruturas nas quais a população busca atendimento de questões respiratórias e do pós-Covid, onde se acolhem as populações com doenças crônicas, como hipertensão e diabetes", afirmou.

Ao Estadão, o presidente da Confederação Nacional de Municípios, Paulo Ziulkoski, disse que o levantamento foi feito porque a entidade já tinha a suspeita de que havia falta de remédios em grande parte dos municípios. Com a coleta das informações, isso ficou ainda mais claro. "A grande verdade é que há falta. Isso é real e está ocasionando todo esse drama local, e a gente não está vendo solução neste momento."

No relatório, a CNM alertou que cirurgias eletivas e tratamentos estão sendo adiados em algumas cidades devido à falta de medicamentos. Conforme a pesquisa, apenas 12,6% dos municípios com remédios em falta (310, em números absolutos) têm previsão de normalização dos estoques em até 30 dias. Para a maioria (59,2%/1.461) não há previsão de normalização.

"É uma bola de neve extremamente preocupante", disse ele. "Como está faltando remédio na base do SUS (Sistema Único de Saúde), o paciente pode ter um derrame, infarto ou consequência até mais grave por não ter tomado o remédio, e aí tem que ser internado."

Diante desse cenário, o presidente da CNM cobra um maior posicionamento do governo federal, o que, segundo ele, poderia aliviar um pouco a pressão nos municípios. "Há muito tempo que a gente vem vendo e mostrando que há uma falta de uma política nacional, de um certo controle de estoque, para justamente evitar que isso ocorra."

Procurado pela reportagem, o Ministério da Saúde não se manifestou até a publicação desta reportagem.

Veja dez dicas simples para evitar crises de rinite e sinusite no outono e inverno

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A sinusite é a inflamação dos seios paranasais (espaços vazios atrás dos malares e da testa) e pode ser causada por vírus, bactérias ou alergias. Caracteriza-se por congestão e corrimento nasal, dor no rosto ou de cabeça

A rinite é uma inflamação ou inchaço dentro do nariz. Também tem como sintoma corrimento e congestão nasal, mas pode vir acompanhada de espirros. As causas geralmente envolvem resfriado ou alergias sazonais

1. Tome água (e não só para matar a sede)

Pense na água como um tratamento para o sistema respiratório. As secreções tendem a ficar mais ressecadas no outono, e a água as torna mais líquidas, o que facilita a eliminação desses fluidos, e dos vírus e bactérias que estão junto a eles

2. Faça inalação com soro fisiológico

O contato direto do soro fisiológico com o trato respiratório mantém melhores condições para trocas gasosas, além de ajudar a fluidificar as secreções. Podem-se fazer inalações por conta própria três vezes ao dia, somente com soro fisiológico

3. Use o umidificador de ar à vontade

Não tenha receio de deixar o umidificador ligado a noite toda no quarto. Isso ajuda a manter as vias aéreas umedecidas

4. Se não tiver umidificador, recorra às toalhas de banho úmidas expostas no quarto

As bacias de água ajudam muito pouco a aumentar a umidade do ar. As toalhas de banho úmidas têm uma área muito maior de evaporação, o que ajuda a levar água ao ambiente

5. Borrife spray de soro fisiológico no nariz

Os sprays de jato contínuo de soro fisiológico são muito eficazes na limpeza e umidificação do nariz e seios da face. Pingar com um conta-gotas também é uma boa medida, segundo o especialista

6. Evite atividades físicas ao ar livre entre 10h e 16h

Nesse período, os poluentes se acumulam no ar e isso prejudica o sistema respiratório, especialmente porque o exercício físico exige sobrecarga da respiração. Além disso, como cerca de 40 % da poluição atmosférica acontece por causa de escapamentos de carros, ônibus e caminhões, evite lugares com muito trânsito

7. Mantenha a casa bem ventilada, especialmente no quarto

Casas fechadas propiciam o crescimento de fungos, o que piora alergias respiratórias. A ventilação ajuda (e muito!) a evitar essas condições

8. Antes de usar jaquetas ou blusas de lã guardadas, lave-as e deixe-as ao sol

Geralmente, as pessoas só se lembram das jaquetas e das blusas de lã antes de usar, mas as roupas ficaram guardadas por quase seis meses. Por isso, lembre-se de lavá-las com antecedência para evitar os efeitos no mofo

9. Evite ar condicionado

Os aparelhos de ar condicionado são vilões do sistema respiratório, já que diminuem a umidade do ar. No outono, quando o ar é mais seco, os aparelhos intensificam esse efeito, o que aumenta a probabilidade de infecções e alergias

10. Nunca tossir ou espirrar sem proteção e nunca usar as mãos para isso

Infelizmente, é comum que ensinem crianças a colocar a mão na frente da boca ao tossir ou espirrar. Porém, as mãos retêm secreções e vírus que podem contaminar outras pessoas, pois as mãos estão em frequente contato com objetos. Por isso, a dica do especialista é proteger tosses e espirros com lenços de papel descartáveis. Se não for possível, lave as mãos imediatamente após o contato

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