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Homem morre com suspeita de febre amarela em Ubatuba

Mortes de dois macacos, um em Ubatuba e outro em São Sebastião, confirmam chegada da febre amarela ao litoral Norte de São Paulo  

Saúde|Deborah Giannini, do R7

Ubatumirim, em Ubatuba: a febre amarela chegou
Ubatumirim, em Ubatuba: a febre amarela chegou

Um homem de 41 anos morreu nesta segunda-feira (2) em Ubatuba, no litoral Norte de São Paulo, com suspeita de febre amarela. O caso é investigado pelo Instituto Adolfo Lutz.

A vítima morava no sertão de Ubatumirim, na região norte da cidade, onde há dez dias foi encontrado um macaco morto pela doença. Ubatuba ainda aguarda o resultado do exame laboratorial de outro macaco morto com suspeita da doença em Araribá, na região sul da cidade, segundo nota da Secretaria Municipal de Saúde.

Outra morte de macaco com suspeita de febre amarela foi registrada em um condomínio na praia de Juquehy, na cidade de São Sebastião, também litoral Norte de São Paulo.

De acordo com a Vigilância Epidemiológica de São Sebastião, trata-se de um animal doméstico que havia viajado nas festas de fim de ano com uma família de São Paulo para o local.


"O macaco, no caso, um sagui, começou a apresentar sinais da doença e morreu em janeiro. O resultado positivo para febre amarela foi confirmado recentemente", diz Maurílio Bianchi, chefe da Vigilância Epidemiológica de São Sebastião.

Segundo ele, a família não forneceu mais informações sobre a rota que o macaco teria percorrido até contrair a doença, portanto, se convencionou, como questão epidemiológica, considerar como provável local de contaminação a praia de Juquehy. "O tempo de incubação da doença no sagui é pouco conhecida. É diferente do bugiu, que apresenta um tempo de incubação da febre amarela semelhante ao homem, em torno de cinco dias", explica.


Baixa adesão à vacina

Embora a chegada da doença ao litoral Norte de São Paulo tenha sido prevista pela Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo, a adesão à vacinação em Ubatuba tem sido baixa, segundo a Secretaria Municipal de Saúde da cidade.


Apenas 47% da população está imunizada, de acordo com a secretaria. Desde o início da campanha, 35 mil pessoas foram vacinadas com doses fracionadas. A campanha de vacinação fracionada teve início em Ubatuba e São Sebastião em 25 de janeiro.

“Apesar de todos os alertas feitos pelos órgãos de Vigilância em Saúde nos diferentes níveis – municipal, estadual e federal – e dos sinais evidentes de avanço da circulação do vírus nos municípios no entorno, confirmada pelas mortes por febre amarela em macacos encontrados em cidades como Jacareí, Taubaté, Angra dos Reis e Paraty, a procura pela vacina em Ubatuba foi baixa”, informou a secretaria por meio de nota.

Saiba mais: Febre amarela: principal vítima é homem com idade média de 44 anos

Para aumentar a cobertura vacinal, a secretaria ampliou o atendimento a todos os postos de saúde da cidade e estendeu os dias e horários, que funcionam diariamente das 8h às 20h, inclusive nos bairros de Itamambuca, Puruba, Umuarama, Perequê-Açu, Ipiranguinha, Marafunda, Sertão da Quina e Perequê-Mirim.

Vacinação em Ubatuba funciona das 8h às 20h
Vacinação em Ubatuba funciona das 8h às 20h

Nas regiões onde foram encontrados os bugios mortos, Ubatumirim e Araribá, uma equipe de saúde realiza a vacinação de casa em casa.

Já em São Sebastião, cerca de 60% da população já foi vacinada, segundo a Vigilância Epidemiológica da cidade. "Vale ressaltar que a vacina está disponível em todos os postos", afirma Bianchi.

Diagnóstico tardio

O homem morto pela febre amarela em Ubatuba havia comparecido ao pronto-socorro da Santa Casa, único hospital da cidade de Ubatuba, no sábado (31), e foi diagnosticado com virose.

No domingo (1º), seu estado de saúde se agravou e ele retornou ao hospital, sendo então internado. Morreu na segunda-feira (2) pela manhã.

Os sintomas da febre amarela geralmente se manifestam após cinco dias do contágio. De acordo com as estatísticas divulgadas pelo Hospital das Clínicas de São Paulo, 60% dos pacientes são encaminhados ao local, referência no tratamento da febre amarela no Brasil, com evolução de cinco dias de doença.

A médica Ho Teh Li, coordenadora da UTI de Infectologia do Hospital das Clínicas de São Paulo, ressalta que a febre e a náusea, sintomas mais comuns relatados pelos pacientes, são inespecíficos e podem indicar diversas doenças, dificultando o diagnóstico.

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Para que as pessoas infectadas consigam chegar precocemente ao HC, houve mudança no fluxograma da febre amarela, diagrama que descreve o procedimento ao ser adotado no atendimento nos hospitais de todo o Brasil em relação ao paciente com suspeita da doença.

“Quando conseguimos atender na fase inicial da doença, há mais chance de salvar vidas; 24% dos pacientes que chegaram ao HC morreram em menos de 24 horas. Isso nos faz pensar que os pacientes estão chegando ao HC muito tarde”, afirma Ho.

Veja as alternativas para quem não pode tomar a vacina contra a febre amarela:

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