Livros dão dicas de como lidar com crianças com autismo e estimulá-las
“S.O.S Autismo” e “O Reizinho Autista”, da psicóloga Mayra Gaiato e do psiquiatra infantil Gustavo Teixeira, serão lançados nesta quinta-feira (22)
Saúde|Deborah Giannini, do R7
Como estimular uma criança com autismo para que se desenvolva da melhor forma e como lidar com seu comportamento são as propostas dos livros “S.O.S Autismo” e “O Reizinho Autista” (editora nVersos), ambos da psicóloga Mayra Gaiato, sendo o segundo em parceria com o psiquiatra infantil Gustavo Teixeira, lançados nesta quinta-feira (22).
“O autismo está crescendo exponencialmente. A proporção é de 1 para 59 crianças diagnosticadas com autismo no mundo. E as pessoas não têm a menor ideia do que fazer com uma criança que está dentro desse espectro”, afirma Mayra.
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Também chamado de Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), o autismo é uma condição definida como uma disfunção global do desenvolvimento de influência genética e ambiental, que afeta a capacidade de comunicação, compreensão e fala, interferindo na interação social. Ainda não se sabe a causa da condição.
Os livros refletem a experiência de 15 anos de atuação na área de Mayra, psicóloga especializada em autismo e neurociência. As obras têm abordagens distintas. “S.O.S Autismo” oferece modos de acessar o cérebro para promover seu desenvolvimento, como atividades e brincadeiras.
“Há uma pequena parte teórica, mas é principalmente um manual para transformar cérebros. O autismo não tem cura, mas é possível uma criança se desenvolver muito ”, diz.
Já “O Reizinho Autista” traz orientações de como administrar situações comportamentais das crianças que, segundo ela, são muitas vezes fora dos padrões e se tornam um desafio para os pais. “São técnicas práticas que ajudam a manejar comportamentos inadequados e crises”.
Livros desmistificam autismo
A autora ressalta que os livros abrangem os diferentes níveis de autismo, do 1 (leve) ao 3 (severo). “No nível leve, a criança fala, mas tem interesses restritos e fica no canto dela. Já no grave, há uma deficiência intelectual associada e ela precisa de atendimento constante”, explica.
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Ela indica a leitura mesmo em casos em que há a suspeita, mas não ainda diagnóstico confirmado da condição.
“Os livros também têm essa missão de desmistificar o autismo. A grande maioria das crianças com a condição ainda não teve o diagnóstico fechado, por dois motivos: quando se fala em autismo, as pessoas ainda imaginam um estereótipo da criança que não olha nos olhos, que não interage, o que não é verdade. Os autistas também olham nos olhos, também são afetivos”, diz.
“Se o filho apresenta algum atraso ou sintoma do espectro, oriento aos pais a lerem os livros e a procurarem um especialista, pois, quando tratado, principalmente em casos leves, o desenvolvimento pode ser grande”, completa.
Incidência da condição está crescendo
Ela explica que o aumento da incidência da condição está relacionado a um maior conhecimento das pessoas sobre o assunto e a um melhor diagnóstico. “Estima-se que também haja uma elevação do número de nascimentos de crianças com autismo, mas ainda não há comprovação científica”, afirma.
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Cerca de 70 milhões de pessoas no mundo têm autismo, sendo 2 milhões delas no Brasil, segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) do governo dos Estados Unidos.
Famosos participam de campanha pelo fim do preconceito contra o autismo: