Maconha afeta cérebro da criança e eleva risco de doenças psiquiátricas
Substância pode causar alterações graves de coordenação motora, confusão mental e até coma, segundo psiquiatra; vídeo com criança fumando viralizou
Saúde|Deborah Giannini, do R7
O impacto dos efeitos da maconha nas crianças são ainda maiores que em adultos, pois seu cérebro está em formação, segundo a neuropediatra Iara Brandão. Além disso, a substância pode desencadear problemas psquiátricos, caso exista predisposição.
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"O impacto é imensurável e irreparável, porque o cérebro da criança está em franco crescimento. Há um efeito tóxico em diferentes áreas do cérebro. A substância danifica redes neurais e afeta áreas como amígdala e hipocampo, estruturas relacionadas à memória e às emoções", explica.
O psiquiatra Ivan Mario Braun ressalta que estudos sobre o assunto sugerem que há riscos semelhantes aos de adultos, como desenvolvimento de dependência, aumento de risco de episódios de ansiedade aguda, sintomas depressivos e psicóticos. "Além disso, há sugestão de riscos específicos à faixa etária, no sentido de prejudicar o desenvolvimento cerebral e o desempenho escolar", afirma.
Estudos ainda apontam que o consumo precoce da maconha pode influenciar a dependência química no futuro, de acordo com o médico.
Nesta sexta-feira (26), um vídeo em que um menino de apenas 1 ano e 5 meses fuma maconha no parque São Miguel, zona sul de São Paulo, viralizou na internet. A droga é oferecida à criança por uma adolescente de 14 anos.
A mãe perdeu a guarda do filho e também da filha, de quatro anos, que foi para o pai. Na casa, foram encontrados 50 papelotes de maconha e ela foi presa por suspeita de tráfico de drogas.
Os três jovens que aparecem nas imagens foram detidos.
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A neuropsiquiatra explica que o cérebro da criança é modulado pelo ambiente. "Tudo que ela vivencia fará parte de sua formação. Além do efeito físico da droga, há o efeito psiquíco de coação", frisa.
Segundo o psiquiatra, existem poucos estudos sobre o uso da cannabis por crianças pequenas, mas, com a difusão do consumo em alguns países, há grande quantidade de estudos sobre casos, cada vez mais frequentes, de intoxicação em crianças por ingestão acidental.
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"Nessas situações, pode haver alterações cardiovasculares, vômitos, dilatação das pupilas, alterações graves da coordenação motora, confusão mental e mesmo coma. A inspiração de fumaça, como consumo secundário ao dos adultos próximos, também pode ter as mesmas consequências tóxicas", explica.
Assista ao vídeo: