Mais de 80% dos médicos dizem usar tecnologia para atender pacientes
Pesquisa teve intuito de compreender como os profissionais reagiram após o CFM publicar resolução que definia a telemedicina e revogá-la 15 dias depois
Saúde|Deborah Giannini, do R7
Cerca de 82% dos médicos paulistas afirmam usar a tecnologia no dia a dia para dar assistência a seus pacientes, apesar de o CFM (Conselho Federal de Medicina) ter revogado a resolução que definia o uso da telemedicina no país há dois meses.
Segundo os médicos ouvidos no estudo, a tecnologia ajuda na observação do paciente e na otimização das consultas. A maioria dos profissionais, ou seja, 78,69%, afirmaram também aprovar a utilização do WhatsApp para se comunicar com os pacientes.
Também é expressivo (84,57%) o grupo favorável a que as informações de saúde dos pacientes sejam disponibilizadas na nuvem digital, com proteção de dados, mas acessíveis aos médicos.
Os dados são de uma pesquisa inédita realizada pela APM (Associação Paulista de Medicina) e pelo Global Summit Telemedicine & Digital Health, divulgada em um evento internacional de telemedicina em São Paulo nesta quinta-feira (4).
Leia também: Busca por ioga e tai chi chuan pelo SUS cresce 46%, segundo Ministério
O estudo foi realizado entre 15 e 25 de março e compreendeu 1.614 profissionais, que participaram por meio de um questionário online. A amostra é representativa de 96,8% do Estado de São Paulo.
O objetivo do levantamento foi compreender como os médicos paulistas reagiram após o CFM publicar em 7 de fevereiro a resolução que definia e disciplinava a telemedicina no país e revogá-la no dia 22 do mesmo mês.
“A APM tem o entendimento de que é urgente normatizar a telemedicina no Brasil, já que hoje, as regras válidas datam de 2002, ou seja, vácuo de uma eternidade, se considerada a velocidade dos avanços das tecnologias em saúde e da própria medicina”, afirmou a APM por meio de nota.
Essa necessidade de normatização foi confirmada por 98,7% dos médicos ouvidos no estudo, que concordaram que as soluções digitais trazem avanços para o atendimento de pacientes.
Saiba mais: 70% dos médicos não sabem aferir a pressão, diz conselho de medicina de SP
Segundo 91,39% dos entrevistados, hospitais ou instituições nos quais trabalham já fazem uso de tecnologia. Mas há uma divisão de opiniões quando os participantes foram instados a se posicionarem sobre teleconsultas e teleprescrições.
Prescrição eletrônica divide opiniões
O estudo ainda mostrou que 50,74% são favoráveis à prescrição eletrônica após a consulta presencial e 49,26% se manifestaram contrários à prática.
Em relação à consulta à distância, 45,04% concordaram, desde que seja feita depois da presencial, e 54,96% não concordaram de modo algum.
Quase 100% (93,68%) afirmaram que o compartilhamento de informações pode ser benéfico a profissionais e pacientes.
Leia também: Conselho Federal de Medicina lança cartilha sobre doping
Os médicos entrevistados também criticaram o tratamento do Mistério da Saúde à questão. Mais de 90% dos profissionais afirmaram que a pasta não dissemina novas tecnologias com a agilidade que deveria.
E, para finalizar, cerca de 67,66% dos profissionais concordaram com frase: “A tecnologia não vai substituir o médico, mas pode substituir o médico que não usa tecnologia”.
Sal sobe a pressão? Tudo o que você precisa saber sobre a hipertensão: