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Medula só pode ser doada em vida. Saiba como se tornar um doador

A miscigenação no Brasil ajuda a encontrar doadores devido à diversidade genética, diz hematologista; doação é simples e não compromete saúde

Saúde|Deborah Giannini, do R7

Para ser um candidato a doador de medula, é feita uma coleta de 20 ml de sangue
Para ser um candidato a doador de medula, é feita uma coleta de 20 ml de sangue Para ser um candidato a doador de medula, é feita uma coleta de 20 ml de sangue

Diferentemente de outros órgãos, a medula só pode ser doada em vida. E uma única pessoa pode doar diversas vezes, para diferentes pessoas, conforme explica a hematologista Cárlei Godinho, coordenadora médica do Banco de Sangue/SADT da Santa Casa de São Paulo, que dispõe de banco de medula. 

"A chance de encontrar uma pessoa compatível é pequena, de 5%. Daí a importância de ter doadores cadastrados. É díficil porque depende do tipo genético. Existem algumas características que são comuns à raça por isso que o Brasil tem uma variabilidade genética muito grande. A miscigenação abre a possibilidade de encontrar doadores devido a essa diversidade genética", afirma.

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Para ser um candidato à doação de medula, é preciso ter entre 18 e 54 anos, estar bem de saúde, não ter doença transmissível pelo sangue, como hepatite e HIV, não ter história de câncer nem ter doença autoimune, como lúpus e artrite reumatoide.

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Caso se encaixe nesse perfil, o primeiro passo é fazer um cadastro em um hemocentro de seu Estado. É necessário apresentar um documento oficial com foto e fornecer dados detalhados, inclusive mais de um contato de telefone, pois o cadastro ficará permamente até os 60 anos.

A hematologista explica que o cadastro é único em todo Brasil, sendo esse banco de dados o Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME). Para cadastrar-se no hemocentro da Santa Casa de São Paulo, por exemplo, é possível ter acesso ao cadastro pelo site e é preciso fazer o agendamento por telefone (11 2176-7000 ramal 5967). 

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O voluntário assinará um termo de consentimento e irá fazer um exame de sangue chamado de histocompatibilidade (HLA), que identifica as características genéticas e as cruza com dados de pacientes que necessitam de transplantes. Assim, será determinada a compatibilidade. São retirados 20 ml de sangue, o equivalente a dois tubos.

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Doação e transplante são simples

De acordo com a coordenadora médica da Santa Casa de São Paulo, o transplante de medula é relativamente simples. "Não é uma cirurgia, é uma transfusão de sangue. O paciente precisa estar apto para receber a medula então, geralmente, faz quimioterapia prévia com o objetivo de matar todas as células ruins para receber as boas", afirma.

A medula óssea não tem nada a ver com a medula espinhal, prolongamento do sistema nervoso que fica alojado na coluna espinhal. É uma fábrica de sangue localizada no tutano do osso, ressalta a médica. Para chegar até ela são feitas punções na região do quadril. 

"A doação pode ser feita de duas formas: por meio de coleta periférica, por punção com cateter, procedimento no qual se filtra o sangue do doador, retirando as células-mães que dão origem à medula óssea, ou por meio de coleta central, na qual é usada anestesia geral", explica Cárlei. 

Ela afirma que não é o doador que faz a opção. O que determina o procedimento é o tipo de doença do paciente. Muitas vezes o beneficio é maior na coleta central porque se obtém mais material.

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"Mesmo o procedimento com anestesia, o doador fica apenas um dia no hospital. A recuperação da fábrica de sangue é instantânea. Nossas células estão o tempo todo produzindo, portanto, em duas semanas já serão repostas completamente", diz. 

"O doador pode ficar com um pouco de dor no quadril, mas é leve. Nada comparado com a grandiosidade que está promovendo na vida de uma pessoa", completa.

Segundo ela, as doenças mais comuns que necessitam de transplante são aquelas que comprometem as células que estão fabricando sangue, como leucemia e aplasia de medula óssea.

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