MSD pede à Anvisa autorização para uso de pílula anti-Covid
Molnupiravir é o primeiro remédio oral desenvolvido para uso nos sintomas iniciais da infecção pelo novo coronavírus
Saúde|Fernando Mellis, do R7
A farmacêutica MSD apresentou à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), na manhã desta sexta-feira (26), pedido de uso emergencial do antiviral contra Covid-19 molnupiravir.
A Anvisa é a quinta agência reguladora no mundo a receber a solicitação. "Isso mostra claramente o compromisso da MSD com o Brasil e reforça a relevância do país para a companhia", diz a farmacêutica em nota.
A droga atua prevenindo a replicação viral do Sars-CoV-2 e protege, inclusive, contra variantes como Delta, Gama e Mu.
“As vacinas continuam sendo essenciais no controle da Covid-19, e a disponibilização de tratamentos antivirais será uma forte aliada no combate à pandemia para reduzir as complicações pela doença”, afirma Hugo Nisenbom, presidente da MSD no Brasil, em comunicado à imprensa.
A Anvisa ainda não se pronunciou sobre o prazo da análise do medicamento.
Em estudos, o molnupiravir conseguiu reduzir significativamente o risco de internações e mortes por Covid-19.
O tratamento com o molnupiravir, cujo nome comercial é Lagevrio, deve ser iniciado em até cinco dias após o começo dos sintomas. As cápsulas são tomadas duas vezes ao dia durante cinco dias.
No Reino Unido, primeiro a aprovar o molnupiravir, o antiviral está restrito a pacientes infectados que apresentem quadro leve ou moderado e que tenham pelo menos um fator de risco para desenvolver doença grave.
A MSD anunciou no fim de outubro que não cobrará taxa de patente a 105 países, o que vai baratear a produção global do medicamento.
No Brasil, a Fiocruz (Fundação Osvaldo Cruz) conduz os estudos de fase três do antiviral, que acontecem desde o começo de outubro, simultaneamente, em sete centros no Brasil. A coordenação é dos pesquisadores Julio Croda e Margareth Dalcolmo.
A fundação e o laboratório negociam para que o molnupiravir seja produzido aqui. Caso o acordo seja bem-sucedido, a ideia é fabricá-lo em Farmanguinhos, no Rio de Janeiro, para uso no SUS.
O aval da Anvisa é o primeiro passo para que o remédio possa ser amplamente utilizado no país. Uma vez aprovado o pedido, a distribuição no SUS deve ser decidida pela Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias).