Na pandemia, aumenta disposição das famílias em doar órgãos
Conclusão foi feita pelo Hospital das Clínicas da Unicamp, que viu negativa recuar de 45% para 38% nos casos de mortes por outras doenças
Saúde|Do R7
Apesar do elevado número de mortes por causa da pandemia do novo coronavírus no país, com mais de 150 mil óbitos, o Hospital de Clínicas da Unicamp, em Campinas, tem registrado um desdobramento positivo da crise sanitária: a disposição das famílias em fazer a doação de órgãos de pessoas que perdem a vida por outras causas aumentou.
A médica Ilka Boin, chefe do transplante de fígado do Hospital das Clínicas conta que passou de 45% para 38% o número de famílias que se negam a doar os órgãos de familiares. "Pode não parecer, mas é um número expressivo”, afirmou ao site da Unicamp.
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Segundo ela, a grande esperança neste período, e mesmo depois de a pandemia passar, é que essa situação se mantenha. “O impacto da doença parece ter mudado a disposição das pessoas em relação às doações. Esperamos que continue assim.”
Depois de o número de transplantes ter caído muito durante os meses mais agudos da crise sanitária, a situação voltou a melhorar nas últimas semanas, quando mais transplantes passaram a ocorrer.
A realização de transplantes foi bastante afetada em todo o Brasil principalmente porque a maior parte dos hospitais, ao focar no tratamento da covid-19, deixou em segundo plano as outras cirurgias de alta complexidade.
Na Unicamp o número de transplantes também caiu bastante, mas nem tanto por falta de doadores, ao contrário do que ocorreu em várias outras partes do país. No caso de Campinas, os dados mostram os registros de 92 doadores agora em 2020 contra 86 em 2019. Os números são relativos ao período que vai de janeiro a setembro dos dois anos.
No ano passado, apenas a Unicamp havia feito 312 transplantes entre janeiro e outubro em São Paulo. As principais cirurgias feitas no HC são de doações de rim e fígado.