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Nem todo serial killer é um psicopata. Psiquiatras explicam

Segundo especialistas, ainda não é possível atribuir um perfil psiquiátrico a Lázaro Barbosa, chamado de "serial killer"

Saúde|Do R7

Lázaro Barbosa está sendo procurado há duas semanas por ter cometido assassinatos
Lázaro Barbosa está sendo procurado há duas semanas por ter cometido assassinatos Lázaro Barbosa está sendo procurado há duas semanas por ter cometido assassinatos

As buscas por Lázaro Barbosa, 32, acusado de matar quatro pessoas de uma mesma família no Distrito Federal, renderam a ele a alcunha de “serial killer”. Durante a fuga, que já dura duas semanas, além dos assassinatos, ele também baleou outras três pessoas e fez reféns em chácaras.

O psiquiatra e psicoterapeuta Ivan Mario Braun explica que, apesar de existir uma prevalência maior de transtornos de personalidade entre os assassinos em série (tradução para serial killer), nem todos são psicopatas. E, no caso do fugitivo, ainda não é possível atribuir a ele algum diagnóstico deste tipo.

“Uma pessoa que comete pelo menos três assassinatos em um determinado período de tempo pode ser chamada de serial killer por uma definição policial, mas não psiquiátrica. A probabilidade dele ser um um psicopata é maior do que se pegarmos uma pessoa que nunca cometeu os mesmos crimes que ele. Mas cometer crimes tem muitos componentes, como sociais, culturais e da história individual de cada pessoa”, afirma o médico.

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O especialista explica que existem várias formas de conceituar a psicopatia e, segundo ele, uma delas seria o transtorno de personalidade antissocial, também conhecida como sociopatia.

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“É aquele psicopata que é frio, que não tem sentimentos, que não consegue empatizar com as pessoas nem com animais. Também existe o psicopata no sentido mais amplo, que cobre aquilo que chamamos hoje em dia de transtornos de personalidade. E aí se encaixam várias categorias, como o transtorno de personalidade narcisista”, explica Braun.

O psiquiatra ressalta que o serial killer popularizado pelo cinema é o tipo que comete os crimes de forma semelhante, seguindo um padrão que, geralmente, envolve um comportamento de controle sobre a vítima.

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“Esse tipo de assassino tem um verdadeiro prazer em manter a vítima totalmente sob controle e isso exerce para ele uma grande atração, que o faz capaz de planejar durante muito tempo os assassinatos. Frequentemente, os assassinatos também envolvem tortura e aspectos sexuais”, explica Braun.

O psiquiatra Eduardo Henrique Teixeira, professor de psiquiatria da PUC e especialista em Psiquiatria Forense, destaca que os relatos da trajetória de Lázaro Barbosa estão envoltos em especulações, o que dificulta ainda mais a possibilidade de traçar um perfil psiquiátrico para o fugitivo.

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“Já foi discutida a possibilidade de ele ser um psicótico, que é uma condição diferente, quando o indivíduo rompe com a realidade, passa a acreditar em uma situação que não existe, que é o delírio, ou então ele começa a ouvir vozes. Mas não dá para bater o martelo e dizer que ele é um psicótico, um psicopata ou apenas um criminoso comum”, afirma.

O especialista destaca que, após a apreensão de Lázaro, é importante que ele passe por uma avaliação psiquiátrica. “Até porque se ele tem o quadro de psicopatia ou algum outro problema psiquiátrico, é importante que ele seja tratado de uma forma diferente pela lei, além do sistema prisional, que ele seja acolhido para receber um tratamento”, explica.

Além dos assassinatos, no passado, Lázaro se envolveu com agressões, roubos, homicídios e estupros. E, de acordo com a Polícia Civil, ele coleciona três mandados de prisão em aberto e está foragido da penitenciária de Águas Lindas de Goiás há mais de três anos.

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