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Novos transplantes de Faustão reacendem debate sobre desafios do setor no Brasil

Coordenadora do Ministério da Saúde cita obstáculos e avanços do programa público de transplantes

Saúde|Do R7, em Brasília

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • Fausto Silva passou por dois novos transplantes de órgão, totalizando quatro procedimentos em 2023.
  • O Brasil é referência mundial em transplantes, com o SUS realizando a maioria das operações.
  • Desafios incluem a escassez de doadores e a logística complexa para o transporte rápido dos órgãos.
  • A recuperação de Fausto exige monitoramento intensivo e cuidados especializados após infecção grave.

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Transplantes de Faustão estavam planejados há um ano, diz médico

O apresentador Fausto Silva, de 75 anos, passou na semana passada por mais dois transplantes de órgãos: um de fígado e a substituição de um rim — totalizando quatro procedimentos desde 2023.

A situação do apresentador atrai a atenção para o sistema nacional de transplantes. O Brasil mantém o maior programa público do mundo na área, financiado pelo SUS (Sistema Único de Saúde), que garante a realização de cerca de 86% dos transplantes de órgãos no país.


De janeiro a 8 de agosto deste ano, o SUS realizou 3.860 transplantes de rim, 1.528 de fígado, 250 de coração, 65 de pâncreas/rim, 64 de pulmão e 17 de pâncreas.

Para a coordenadora-geral do Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde, doutora Patrícia Freire, a maior procura por rins e fígados acompanha uma tendência global.


“A população brasileira envelheceu. Há mais casos de hipertensão, diabetes, doenças cardíacas e alcoolismo, cujas sequelas muitas vezes levam à necessidade de transplante”, explica.

Ela destaca que a ordem de prioridade segue critérios técnicos, variando conforme a urgência clínica.


“Se uma pessoa perde o acesso à hemodiálise, precisa do transplante o mais rápido possível. O mesmo vale para quem sofre um infarto agudo. Não é uma questão de escolha, mas de necessidade imediata”, constata.

Escassez de doadores é obstáculo

Entre os principais obstáculos do setor, Patrícia cita a escassez de doadores e as diferenças regionais nas taxas de doação. A logística também é um desafio, uma vez que o tempo de viabilidade do órgão varia.


“O rim pode aguardar até 48 horas, mas tentamos realizar o transplante em até 24. Já o coração só tem quatro horas. Isso exige transporte rápido e integrado, o que nem sempre é simples em um país de dimensões continentais”, observa.

A coordenadora reforça que o SUS financia integralmente todo o processo.

“Todas as etapas, desde a preparação até a cirurgia, são custeadas pelo SUS. Qualquer brasileiro que precisar pode contar com o sistema, que dá conta da demanda. A questão não é o dinheiro”, conclui.

O caso de Faustão

O apresentador Fausto Silva está internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, desde o fim de maio, tratando uma infecção bacteriana grave, que evoluiu para sepse, comprometendo múltiplos órgãos.

Segundo boletim médico, a recuperação exige monitoramento intensivo, controle infeccioso, reabilitação clínica e nutricional, além de cuidados especializados. O quadro é resultado de uma batalha de dois anos contra problemas de saúde.

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