OMS pede investimento massivo para frear tuberculose
O diretor-geral da organização destacou que a pandemia de Covid-19 impactou diretamente o combate à doença; o número de mortes começou a aumentar novamente em mais de uma década
Saúde|Do R7
O gasto mundial dedicado à luta contra a tuberculose é totalmente insuficiente para relançar a batalha contra a enfermidade após anos de luta suspensa por causa da Covid-19, alertou, nesta segunda-feira (21), a OMS (Organização Mundial da Saúde).
Como motivo do Dia Mundial da Luta contra a Tuberculose (24 de março), a OMS recordou que os objetivos fixados para 2022 "estão em risco, principalmente por falta de financiamento".
O organismo acrescentou que o gasto mundial em detecção, tratamento e prevenção da tuberculose em 2020 era a metade do objetivo mundial de 13 bilhões de dólares por ano.
"É necessário fazer investimentos urgentes para desenvolver e ampliar o acesso aos serviços e instrumentos mais inovadores para prevenir, detectar e tratar a tuberculose, o que poderia salvar milhões de vidas a cada ano, reduzir as desigualdades e evitar enormes perdas econômicas", disse o diretor-geral da OMS, Thedros Adhanon Ghebreyesus, em comunicado.
Em matéria de investigação e desenvolvimento, a organização estima que o mundo deveria investir globalmente 1,1 bilhão de dólares adicionais.
A interrupção dos serviços de saúde devido à pandemia de Covid-19 anulou anos de progresso mundial na luta contra essa doença que afeta os pulmões principalmente, denuncia a OMS. Desse modo, o número de mortes vinculadas à tuberculose começou a aumentar novamente pela primeira vez em mais de uma década.
De 2018 a 2020, 20 milhões de pessoas receberam tratamento contra essa doença, 50% do objetivo de cinco anos estabelecido em 40 milhões de pessoas. Durante o mesmo período, 8,7 milhões de pessoas receberam tratamento preventivo, 29% do objetivo fixado em 30 milhões para 2018-22.
Porém, o pior quadro ocorre entre os mais jovens. Em 2020, 63% das crianças e adolescentes menores de 15 anos com tuberculose permaneceram fora do radar dos sistemas de saúde ou não foram informados oficialmente sobre o acesso aos serviços de testes e tratamentos. A proporção foi ainda maior — de 72% — para as crianças menores de 5 anos.