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Polêmica, cirurgia de Romário para controlar diabetes ainda é considerada experimental no Brasil

Ex-jogador utilizou técnica de médico goiano para melhorar doença e perdeu 10 kg

Saúde|Ana Luísa Vieira Zucchi, do R7

A solução adotada pelo atual senador tem sido alvo de controvérsias
A solução adotada pelo atual senador tem sido alvo de controvérsias

A silhueta mais fina do ex-jogador e senador Romário chamou atenção nos últimos dias. Ele apareceu 10 kg quilos mais magro, e a perda de peso se deu por uma cirurgia feita com intuito de minimizar os efeitos da diabetes. Ele foi operado há 45 dias pelo médico goiano Áureo Ludovico de Paula.

A operação pelo qual passou o ex-jogador recebe o nome de interposição ileal — e se caracteriza pela colocação do íleo (fim do intestino delgado) entre o duodeno e o jejuno. O procedimento estimula a produção de insulina pelo pâncreas e acaba por diminuir o diabetes.

A solução adotada pelo atual senador e seu médico, entretanto, tem sido alvo de controvérsias por seu caráter ainda experimental no Brasil. Segundo resolução publicada pelo CFM (Conselho Federal de Medicina), a interposição ileal como tratamento para o diabetes só pode ser realizada seguindo critérios de pesquisa, explicou o endocrinologista Márcio Mancini, membro da SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia).

— Qualquer cirurgia bariátrica ou metabólica, que mexa no estômago e no intestino, produz efeitos sistêmicos de perda de peso e melhora do diabetes. Porém, o número de estudos a longo prazo com pacientes de IMC (Índice de Massa Corpórea) menor que 35 que tenham realizado a cirurgia bariátrica é insuficiente para demonstrar a eficácia e segurança da operação. O Romário, até onde eu sei, não tinha o peso indicado para a realização do procedimento.


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O médico ainda ressalta que, para o diabetes do tipo 2, há uma série de remédios recentemente lançados no mercado. Alguns, inclusive, mostram redução de mortalidade cardiovascular, um benefício que a cirurgia ainda não mostrou em pacientes com IMC menor que 35. Mário Carra, endocrinologista da SBD (Sociedade Brasileira de Diabetes) completa.


— O problema é que, muitas vezes, as pessoas simplesmente não querem fazer o tratamento adequado com alimentação regrada, exercícios físicos e medicamentos. De qualquer forma, eu não conheço o caso do Romário. De repente, o médico que observou a evolução da doença dele considerou a cirurgia o melhor para o momento.

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Procurado pelo R7 para esclarecer questões relativas ao caso do Romário e da operação de interposição ileal, o cirurgião goiano Áureo Ludovico De Paula preferiu não dar entrevista.

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