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Quem mora em periferia consome mais alimentos ultraprocessados, diz estudo

Pesquisa da UFMG mostra que falta de acesso físico e financeiro a alimentos saudáveis contribui para escolhas alimentares confusas

Saúde|Victoria Lacerda, do R7, em Brasília

Pesquisa destaca a importância de políticas públicas
Pesquisa destaca a importância de políticas públicas Tânia Rêgo/Agência Brasil - Arquivo

Um estudo da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) revelou que moradores de periferias tendem a consumir mais alimentos ultraprocessados devido à falta de informação sobre alimentação saudável e à baixa disponibilidade de opções nutritivas a preços acessíveis.

Os resultados mostram que a falta de acesso físico e financeiro a alimentos saudáveis contribui para escolhas alimentares confusas nessas comunidades. Além disso, a escassez de tempo para preparar refeições e a dificuldade de acesso a informações sobre alimentação adequada são desafios enfrentados por esse grupo populacional.

De acordo com Luana Lara Rocha, doutoranda em saúde pública pela UFMG e porta-voz do estudo, a pandemia de Covid-19 intensificou esse cenário, tornando os alimentos ultraprocessados mais baratos e acessíveis. No entanto, esses produtos têm baixo valor nutritivo e contribuem para uma dieta menos saudável.

O estudo destaca a importância de políticas públicas e programas que incentivem o acesso a alimentos saudáveis nessas comunidades. A pesquisadora ressalta que é essencial entender as particularidades das periferias para desenvolver soluções específicas e integradas que melhorem o ambiente alimentar e promovam uma dieta mais nutritiva e equilibrada.


A pesquisa também identificou a necessidade de avaliar a percepção do acesso aos alimentos nessas comunidades, com o objetivo de fornecer dados relevantes para os gestores responsáveis pelas políticas públicas de alimentação, nutrição e segurança alimentar e nutricional.

De acordo com o boletim informativo da Secretaria de Saúde do Distrito Federal sobre o perfil nutricional e hábitos alimentares da população atendida pela Atenção Primária à Saúde em 2022, a prevalência de consumo de alimentos ultraprocessados entre adolescentes foi de 83%, enquanto 68% consumiram bebidas adoçadas.


Além disso, 41% relataram o consumo de macarrão instantâneo, salgadinhos de pacote ou biscoitos salgados, e 55% consumiram biscoitos recheados, doces ou guloseimas. Um dado alarmante é o aumento gradual do excesso de peso em crianças, desde os 2 anos até a adolescência.

Segundo a nutricionista da Secretaria de Saúde do DF, uma alimentação saudável consiste em priorizar alimentos naturais ou minimamente processados, como frutas, legumes, verduras, carnes, ovos, grãos e castanhas, evitando alimentos ultraprocessados que contêm aditivos prejudiciais à saúde.


Para alcançar uma alimentação equilibrada e adotar hábitos saudáveis, tanto a pasta quanto o Ministério da Saúde recomendam algumas medidas, dentre elas:

• Reduzir o consumo de alimentos industrializados e priorizar alimentos naturais;

• Evitar alimentos ricos em calorias, gorduras e sódio;

• Aumentar o consumo de frutas, verduras, legumes, cereais integrais e feijões;

• Manter-se hidratado, consumindo bastante água;

• Reduzir ou evitar o consumo de bebidas alcoólicas e o tabagismo;

• Realizar exames preventivos e consultar um médico regularmente;

• Praticar exercícios físicos regularmente, sob orientação médica;

• Priorizar um sono adequado, com pelo menos 8 horas de descanso em um período de 24 horas.

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