Risco de infarto aumenta tanto no calor como no frio. Saiba por quê
Temperaturas extremas provocam mudanças no sistema circulatório que afetam a pressão; perigo é para quem já tem problema no coração
Saúde|Brenda Marques, do R7
O risco de sofrer um infarto — a principal causa de mortes no mundo — aumenta tanto no calor como no frio intensos para quem já tem algum problema no coração.
Isso acontece porque em situações de temperaturas extremas o sistema circulatório passa por mudanças para regular a temperatura do corpo.
Em dias muito quentes — com temperaturas acima dos 30ºC —, os vasos sanguíneos se dilatam.
Essa expansão serve para “circular mais sangue e tentar de diminuir o calor do corpo, mas, com isso, a pressão cai, inclusive nas artérias coronárias, que levam sangue para o músculo do coração”, explica o cardiologista Leopoldo Piegas, coordenador do Programa de Infarto Agudo do Miocárdio do HCor (Hospital do Coração).
Esse mecanismo também gera arritmia, suor excessivo e desidratação, por isso, é recomendado tomar bastante líquido.
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Já no frio acontece o contrário: as artérias se contraem para diminuir o espaço de passagem do sangue e assim evitar a perda de calor e queda da temperatura corporal.
“Nos estados do Sul [do Brasil], é muito frequente a crise angina, dor no peito causada pela falta de circulação do sangue nas artérias que levam sangue ao coração”, destaca o médico.“Isso seria a porta de passagem para o infarto, quando a circulação cessa completamente”, acrescenta.
Essas alterações no sistema circulatório são mais preocupantes para quem já tem algum problema de saúde. “Se há algum risco de obstrução das artérias, por exemplo, vai passar menos sangue, então aumenta o risco de infarto”, destaca o especialista.
"Quem não tem nenhuma complicações nas artérias pode ser afetado, mas de outras maneiras", completa.
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Estão incluídas nesse grupo as pessoas diabéticas, hipertensas e da terceira idade. “Mesmo que os idosos não apresentem nenhum problema aparente, eles podem ter algum problema de circulação nas artérias coronárias”, enfatiza.
Durante o verão, que coincide com o período de férias, o consumo de bebidas alcoólicas também contribui para o aumento do risco de ataque cardíaco.
“É perigoso exagerar. O calor e a ingestão de bebidas formam uma associação bastante fatal para quem já tem outras complicações” alerta.
A dor forte no peito é o principal sintoma de infarto. “Muitas vezes, ela irradia para o braço esquerdo. Além disso, a pessoa fica com sensação de mal-estar, náuseas e tonturas”, descreve Leopoldo.
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A melhor maneira de prevenção é ter hábitos saudáveis. “Não fumar, evitar excesso de gordura, de açúcar, bebidas alcoólicas. E se já tiver alguma doença cardíaca, tomar os medicamentos adequadamente”, aconselha o médico.
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