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Vacina brasileira da dengue pode ficar pronta em 2018, mas não deve chegar aos postos do SUS antes de 2020

Coordenadora-geral do Ministério da Saúde fala sobre imunizante do Butantan em estudo

Saúde|Ana Luísa Vieira, do R7

Vacina brasileira contra dengue encontra-se em última etapa de testes clínicos
Vacina brasileira contra dengue encontra-se em última etapa de testes clínicos

A vacina contra dengue desenvolvida pelo Instituto Butantan, de São Paulo, está em sua última etapa de testes clínicos. Ou seja, está sendo testada em 17 mil voluntários em 13 cidades em cinco regiões do Brasil, neste primeiro semestre. Em nota, o Butantan afirmou que acredita ser possível ter a vacina disponível para registro até 2018. Mas a coordenadora-geral do PNI (Programa Nacional de Imunizações) do Ministério da Saúde, Carla Magda Domingues, afirma que o imunizante não deverá chegar aos postos do SUS (Sistema Único de Saúde) antes de 2020. 

— Uma coisa é o laboratório produtor ter uma expectativa de que o estudo fique pronto, outra coisa é a vacina chegar ao Programa Nacional de Imunizações. Pode até ser que o estudo seja concluído em 2018, mas depois disso tem todo um processo de análise dos dados. Se o imunizante se provar eficaz, ainda existe o processo regulatório, a submissão da vacina para a aprovação da Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] Só depois começa a produção. Então, eu não acredito que nós teremos essa vacina do Instituto Butantan antes de 2020.

Na opinião de Carla, um dos grandes desafios a ser enfrentado pelos pesquisadores é o recrutamento de interessados em fazer parte dos testes.

— Quando o pesquisador chega no laboratório para recrutar pessoas para participar da pesquisa, elas até aceitam. Mas depois de ler o termo de consentimento e todos os riscos que a vacina em estudo pode trazer, ninguém mais quer. Recrutar pessoas para participar de pesquisa não é fácil.


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Sobre a vacina brasileira ainda em fase de testes, a pediatra e pesquisadora clínica do Instituto Evandro Chagas, da Fundação Oswaldo Cruz, Consuelo Silva de Oliveira, pondera: “O que a gente lê e discute em encontros é que a vacina estudada hoje no Instituto Butantan é tetravalente — oferece imunização contra os quatro sorotipos de dengue — e tem a proposta de ser aplicada em uma única dose, o que facilitaria a adesão da população. Até agora, foi observado como efeito adverso o exantema, que são erupções cutâneas”.


De acordo com o Butantan, os dados disponíveis até agora das duas primeiras fases indicam que a vacina é segura, que induz o organismo a produzir anticorpos de maneira equilibrada contra os quatro vírus da dengue e que é potencialmente eficaz. Para produzi-la em larga escada e agilizar o processo de disponibilização para a população, a instituição investe na construção de uma fábrica cujo funcionamento operacional vai estar concluído até o fim de 2017.

Vacina da dengue disponível hoje


Hoje, é possível encontrar no Brasil a vacina contra dengue produzida pelo laboratório Sanofi Pasteur. O imunizante está disponível apenas em clínicas particulares de vacinação. De acordo com a pesquisadora clínica do Instituto Evandro Chagas, essa vacina é ministrada em três doses e pode ser aplicada em pessoas de 9 a 45 anos. Em São Paulo, os preços podem variar de R$ 245 a R$ 300 cada dose. 

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