Brasil enfrenta uma epidemia de obesidade
Dados do Ministério da Saúde alertam para urgência de políticas públicas.
Vanity Brasil|Do R7

O Brasil está à beira de uma crise de saúde pública sem precedentes, confrontando uma escalada da obesidade que ultrapassa a esfera da escolha individual e se consolida como uma epidemia nacional. Os dados mais recentes, como o Atlas Mundial da Obesidade 2025, revelam uma trajetória assustadora: a proporção de adultos com obesidade no país mais do que dobrou entre 2006 e 2023, saltando de 11,8% para mais de 24%.
As projeções futuras são um chamado de emergência. Se o cenário atual não for revertido, estima-se que quase metade (48%) da população adulta brasileira estará convivendo com a obesidade até 2044.
A doença, classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como crônica e multifatorial, é impulsionada por um ambiente moderno que favorece o ganho de peso: o avanço do sedentarismo, a exposição maciça a alimentos ultraprocessados e fatores sociais como desigualdade, estresse e a má qualidade do sono. A pandemia de Covid-19, com o isolamento social, intensificou o consumo de calorias e a redução da atividade física diária, agravando a situação.
O excesso de peso representa um risco altíssimo, sendo o catalisador para comorbidades graves, como diabetes tipo 2, hipertensão, doenças cardiovasculares e diversos tipos de câncer. Especialistas salientam que a prevenção eficaz exige uma decisão política e uma resposta intersetorial.
O combate a essa epidemia transcende a orientação nutricional, demandando a implementação de políticas públicas robustas. É crucial investir na regulamentação da publicidade de alimentos, debater a reforma tributária no setor e garantir infraestrutura urbana segura para que a população possa se exercitar. No campo do tratamento, o leque de opções tem se expandido, incluindo o uso de novos medicamentos como a semaglutida e a tirzepatida, além da cirurgia bariátrica para os casos mais graves, sempre mediante acompanhamento multidisciplinar rigoroso.
