Zika poderá infectar 93 milhões em 3 anos

Estima-se que 1,6 milhão de mulheres férteis serão contaminadas

26/07/2016 - 08h08 (Atualizado em 20/04/2024 - 17h12)

Cerca de 93 milhões de pessoas na América Latina e no Caribe — incluindo 1,6 milhão de mulheres férteis — podem ser infectadas pelo vírus zika até o fim da atual epidemia, dentro de dois ou três anos, de acordo com uma nova projeção feita por um grupo de cientistas americanos e britânicos.

O estudo, liderado por Alex Perkins, da Universidade Notre Dame (Estados Unidos), em parceria com cientistas da Universidade de Southampton, foi publicado na segunda-feira (25), na revista científica Nature Microbiology.

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Segundo Perkins, esses números representam o pior cenário possível. "Por um simples fator aleatório, e porque alguns lugares são relativamente isolados e esparsamente povoados, o vírus não vai chegar a todos os cantos do continente", disse.

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A estimativa foi feita a partir da soma de milhares de projeções localizadas sobre o número de pessoas que podem ser infectadas em quadrantes de cinco por cinco quilômetros em todo o continente. Como o vírus não deve chegar a todos os pontos da região, o total de 1,65 milhão de mulheres é o limite máximo para infecção nesta primeira onda de zika.

Com base nas atuais taxas de problemas congênitos em mulheres infectadas, a pesquisa sugere que dezenas de milhares de gestações poderão ser afetadas. De acordo com os autores do artigo, no dia 30 de junho, já haviam sido registrados 1.674 casos confirmados de microcefalia associada à zika em cinco países, incluindo o Brasil.

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"É difícil prever com precisão quantas mulheres férteis podem estar submetidas ao risco de infecção por zika, porque uma grande proporção dos casos não apresenta sintomas. Isso invalida os métodos que se baseiam apenas em dados sobre os casos e gera um imenso desafio para os cientistas que tentam entender essa doença", disse o geógrafo Andrew Tatem, da Universidade de Southampton.

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Ainda não existe tratamento ou vacinação
Profissionais de saúde tratam apenas os sintomas, e aconselham as pessoas a se protegerem de mosquitos com roupas longas, evitando viajar para áreas onde há infestação do Aedes

É um vírus relativamente novo
Grande parte do motivo pelo qual não há tratamento conhecido para o
vírus zika é o fato de que ele só foi descoberto em 1947. Mesmo assim, ele
ficou na obscuridade até o primeiro surto em Yap, na Micronésia, em 2007

Ele foi descoberto pela primeira vez em macacos
Quando o vírus zika foi documentado pela primeira vez em 1947, em Uganda, ele foi descoberto em macacos, e não humanos.

Apenas em 1952 o vírus foi identificado pela primeira vez em seres humanos

Ele pode ser transmitido sexualmente
Embora o principal meio de transmissão do zika
seja através da picada do mosquito Aedes, também houve casos documentados do
vírus espalhado por meio do contato sexual

É mais preocupante para as gestantes
Os efeitos mais graves do zika se manifestam em fetos. Recentemente, o vírus foi ligado a microcefalia. Essa condição faz com que a criança nasça com uma cabeça pequena e um cérebro deformado e pouco desenvolvido — o que é muitas vezes fatal

Ele já foi diagnosticado em vários países
Embora o zika aparentemente tenha originado em Uganda, houve casos confirmados do vírus em países como Brasil,
Colômbia, Vietnã, Cabo Verde e Estados Unidos

Pode estar causando uma outra condição assustadora
Médicos especialistas têm observado recentemente um aumento na síndrome de Guillain-Barré, coincidindo com a epidemia do vírus zika. Trata-se de uma doença do sistema nervoso que pode causar paralisia total — e até mesmo a morte

Os cientistas ainda estão aprendendo sobre ele: a incerteza dos cientistas em relação a diversos aspectos do zika tem causado medo na população — por esse motivo, os esforços em pesquisas e experimentos vêm sendo redobrados

Você está mais seguro a 2.000 km acima do mar: mosquitos dificilmente são encontrados em altitudes superiores a 2.000 metros. Por isso, as autoridades de saúde dizem que, mesmo se você vive em um país que tem surtos de zika, estará mais seguro em altitudes elevadas

Alguns especialistas indicam adiar a gravidez
Autoridades de saúde de pelo menos cinco países têm sugerido que as mulheres deixem para engravidar após a diminuição da epidemia

Se você é uma mulher e testou positivo para o zika, ou teve sintomas do vírus, os médicos recomendam esperar oito semanas para engravidar. Como o vírus pode viver por mais tempo no esperma, os homens devem esperar pelo menos seis meses para se reproduzir

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