Agência espacial da Índia perde contato e sonda desaparece no lado oculto da Lua
Cientistas indianos continuam tentando se comunicar com o equipamento, que chegou à superfície lunar no fim de agosto
Tecnologia e Ciência|Do R7
A sonda Pragyan, aparentemente, está perdida para sempre em solo lunar, já que a Organização Indiana de Pesquisa Espacial (ISRO) perdeu contato com o equipamento. Os cientistas tentaram restabelecer a comunicação com o veículo, que foi posto para “dormir” no começo de setembro, mas não tiveram sucesso.
A Pragyan foi desligada no início do mês após 14 dias de atividades na superfície da Lua, aonde chegou no dia 23 de agosto. Depois desse período inicial, o veículo, que funciona com energia solar, foi tirado de atividade pela agência indiana. É que a região onde a sonda estava — no polo sul lunar — entraria em seu período noturno, que dura exatamente 14 dias terrestres.
Passada a noite lunar, havia chegado o momento de reativar a Pragyan, mas os cientistas não conseguiram retomar contato com o aparelho. “Esforços foram feitos para estabelecer a comunicação com a sonda Pragyan para verificar as condições de religamento”, escreveu no X (antigo Twitter) a agência espacial indiana na sexta-feira (22). A ISRO informou também que continua tentando "falar" com o equipamento.
O problema maior é que as chances da sonda despertar são cada vez menores e diminuem a cada minuto. Segundo Kiran Kumar, ex-diretor da agência espacial indiana, a sonda "tem muitos componentes que podem não ter sobrevivido às baixas temperaturas da Lua". Segundo ele, o transmissor da sonda é uma dessas peças que precisariam voltar a funcionar para que haja conectividade.
A Índia fez história no mês de agosto, ao pousar na superfície da Lua a nave Chandrayaan-3, que carregava a sonda Pragyan. Foi a primeira vez que um país chegou ao sul do satélite natural da Terra, também conhecido como “o lado oculto da Lua”. A missão indiana tem o objetivo de fazer pesquisas naquela área — por exemplo, determinar a composição do gelo ali presente.