Chefe de segurança do Twitter renuncia por 'profunda preocupação' com Elon Musk
Entre outras mudanças, o novo dono anunciou o fim do serviço híbrido de sua equipe
Tecnologia e Ciência|Do R7
Uma alta funcionária de segurança do Twitter renunciou nesta quinta-feira (10) no momento em que a reformulação da plataforma sob o novo proprietário, Elon Musk, viu um aumento de contas falsas, o que provocou um raro alerta dos reguladores americanos.
"Tomei a difícil decisão de deixar o Twitter", escreveu a diretora de segurança Lea Kissner, que supostamente entregou o cargo juntamente com outros executivos importantes de privacidade ou segurança.
As demissões ocorreram um dia após o lançamento caótico de novos recursos realizados por Musk após sua compra, que custou 44 bilhões de dólares, da rede social.
A plataforma pôs seu tão esperado serviço de assinatura Twitter Blue, que permite que os usuários paguem 7,99 dólares por mês por uma certificação azul que indica que a conta foi verificada, bem como um selo cinza "oficial" exclusivo para algumas contas de alto perfil.
Mas o magnata atraiu críticas quando descartou o selo cinza quase imediatamente, o que ofuscou a estreia do serviço de pagamento, que atualmente está disponível apenas no aplicativo móvel para iPhone e nos EUA.
O lançamento também trouxe uma onda de contas falsas: alguns usuários aproveitaram para se passar por celebridades e políticos, como o astro da NBA Lebron James ou o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair.
O caos provocou um raro alerta da Federal Trade Commission (FTC), autoridade americana que supervisiona a segurança do consumidor, e pôs o Twitter sob vigilância por violações anteriores de segurança e privacidade.
"Estamos acompanhando os desenvolvimentos recentes no Twitter com profunda preocupação", disse um porta-voz da FTC em comunicado.
"Nenhum diretor nem empresa está acima da lei, e as empresas devem seguir nossos decretos de consentimento", acrescentou o porta-voz, ao se referir aos compromissos anteriores do Twitter de obedecer aos regulamentos de privacidade dos EUA.
O chefe da Tesla e da SpaceX demitiu metade dos 7.500 funcionários da empresa californiana há uma semana, dez dias depois de comprar a plataforma e se tornar seu único proprietário.
Pela primeira vez desde as demissões, Musk dirigiu-se nesta quinta-feira a seus funcionários restantes e pediu que ajudassem o site a atingir 1 bilhão de usuários, de acordo com mensagens de texto de funcionários vistas pela AFP.
Ele também anunciou que estava encerrando a política de trabalho em casa do Twitter, que era uma prática generalizada na empresa com sede em San Francisco.
"Se você não aparecer no escritório, sua demissão é aceita", disse Musk aos funcionários.