Cientistas revivem cérebro de porco quase uma hora após morte do animal
Pesquisadores chineses acreditam que técnica pode ser aplicada em humanos no futuro
Tecnologia e Ciência|Do R7
Cientistas chineses conseguiram reviver o cérebro de um porco cerca de uma hora após a morte do animal. Segundo informações do Daily Mail, a equipe de pesquisadores da Guangdong Provincial International Cooperation Base of Science and Technology utilizou uma técnica inovadora que restaura a atividade cerebral em cérebros mortos, método que pode ter aplicações em seres humanos, especialmente em casos de parada cardíaca.
O processo envolve a combinação de um fígado saudável com um sistema de suporte de vida modificado, que imita as funções do corpo, mantendo o cérebro vivo por mais tempo. O fígado desempenha um papel fundamental ao gerar moléculas chamadas corpos cetônicos, que servem como fonte de energia adicional para o cérebro, protegendo-o de danos. No experimento, cérebros de porcos foram removidos de seus corpos e mantidos fora do sistema circulatório por até 50 minutos antes de serem conectados ao suporte de vida. Quando o sistema foi ativado, os cérebros começaram a emitir sinais de atividade cerebral consciente, como ondas alfa e beta, que indicam funções cognitivas.
A pesquisa mostrou que os cérebros conectados ao sistema com o fígado saudável apresentaram uma recuperação mais robusta e sustentada em comparação com os cérebros que não contavam com o fígado no circuito. A atividade cerebral desses cérebros durou por até seis horas, enquanto aqueles conectados a um sistema de suporte de vida tradicional tiveram atividade por apenas três a quatro horas. Essa técnica pode ter implicações importantes para humanos, já que pacientes com parada cardíaca frequentemente sofrem danos cerebrais irreversíveis devido à falta de oxigênio no cérebro.
Os cientistas acreditam que essa pesquisa pode, em breve, ser aplicada em humanos, permitindo o uso de fígados saudáveis ou até mesmo fígados geneticamente editados para prolongar a janela de recuperação cerebral em pacientes com parada cardíaca.