Clubhouse: o que é a rede social que virou o assunto do momento
Interação baseada no envio e recebimento de áudios e participação exclusivamente por convite geram curiosidade
Tecnologia e Ciência|Sofia Pilagallo, do R7*
Criada em abril de 2020, a rede social Clubhouse se tornou um dos assuntos mais comentados do momento após ganhar alguns usuários famosos, como o bilionário Elon Musk. Dois principais aspectos da plataforma chamaram a atenção da internet: a interação baseada única e exclusivamente no envio e recebimento de áudios e no fato de apenas convidados poderem se cadastrar.
Segundo o especialista em Inovação e Tecnologia Arthur Igreja, na prática, é como se o aplicativo unisse os conceitos de bate-papo dos grupos de WhatsApp e de instantaneidade das redes sociais. "Você tem a criação de grupos, como se fossem canais de interesse, e ao mesmo tempo, celebridades podem ser seguidas. Nesse sentido, a plataforma se assemelha ao Twitter."
"Os áudios podem ser compartilhados tanto nos grupos quanto no perfil dos usuários, mas não podem ser baixados ou encaminhados para outras pessoas. Também não é possível enviar mensagens por inbox, como em outras redes", completa.
Sucesso estrondoso
Em menos de um ano, a Clubhouse conquistou mais de 6 milhões de usuários. Para se ter uma ideia, o Instagram, uma das redes sociais mais utilizadas atualmente, levou cerca de dois anos para atingir essa marca. Igreja atribui o sucesso da plataforma à promessa de exclusividade – algo que, segundo ele, deve ser visto com certa desconfiança.
"Não é nenhuma novidade. Quando o Facebook foi lançado, em 2004, a rede social era restrita aos alunos das melhores universidades norte-americanas, e da mesma forma, a pessoa também só podia participar se fosse convidada. Ao meu ver, trata-se de uma estratégia para gerar curiosidade", afirma.
Além disso, de acordo com o especialista, ao contrário do que muitos pensam, a promessa de exclusividade também não é nenhuma garantia de segurança. A questão é importante e necessária, visto que há pouco menos de um mês, a empresa de cibersegurança PSafe alertou sobre o maior vazamento de dados pessoais da história do Brasil, que atingiu pelo menos 220 milhões de pessoas, entre vivos e mortos.
"Até o momento, não houve nenhum escândalo envolvendo a Clubhouse, até porque é algo muito recente. É importante ficar atento, no entanto, pois pelo fato de muitas celebridades estarem lá, é esperado que isso atraia a atenção dos golpistas", diz.
Moderação de conteúdo
A moderação de conteúdo também é um ponto importante e cobrado das concorrentes Facebook, Instagram e Twitter para evitar posts que contenham discurso de ódio ou informações falsas. Segundo Igreja, até o momento, não há indícios de que haja esse tipo de controle dentro do Clubhouse – o que ele imagina que possa ser um atrativo para algumas pessoas.
"Quando excluíram as contas do Trump [ex-presidente dos Estados Unidos, banido de diversas redes sociais por incitar discurso de ódio e espalhar fake news], eu logo pensei que surgiriam outras plataformas que fossem menos rígidas nesse sentido. Isso diz muito sobre o momento que estamos vivendo."
*Estagiária do R7 sob supervisão de Pablo Marques