Novas tecnologias financeiras são mais aceitas por brasileiros
PixabayA forma como o consumidor brasileiro se relaciona com o dinheiro mudou bastante ao longo dos últimoas anos. Já foi a época dos carnês, cheques, boletos, cartões com tarja magnética ou com chip, e agora o uso quase universal dos smartphones vem abrindo um novo leque de opções para a realização de transações financeiras.
O papel moeda é, aparentemente, a forma de pagamento mais antiga que vai continuar por mais algum tempo sendo utilizada pelos consumidores para fazer suas compras.
“O cheque já caiu bastante em desuso. E o papel moeda até tem a dificuldade de rastreabilidade em algumas transações, mas ainda possui a questão cultural a seu favor, uma vez que as pessoas ainda têm o hábito de utilizá-lo”, destaca Cláudio Carvajal, coordenador acadêmico do curso de Administração do Centro Universitário FIAP e especialista em tecnologias de pagamento.
No que diz respeito às novas formas de transações financeiras, a expectativa é que elas sejam populares entre os brasileiros com uma maior rapidez do que em outros países.
Segundo uma pesquisa realizada pela Accenture, empresa especialista em serviços digitais, 43% dos brasileiros afirmam fazer uso de novas tecnologias financeiras, ficando atrás apenas da China (61%) e do México (57%).
“O consumidor brasileiro tem a característica de ser muito pioneiro na utilização de inovações em serviços financeiros. É uma população engajada em novidades e que abraça rapidamente o uso de formas de pagamento”, destaca Joana Henklein, diretora de estratégia e consultoria em serviços financeiros da Accenture.
Um fator que potencializa ainda mais essa tendência é o uso dos smartphones no Brasil. Por meio deles, os consumidores não precisam mais se deslocar para realizar transferências bancárias ou fazer compras, tudo está na palma da mão.
Segundo a especialista da Accenture, essas transações digitais facilitam muito a relação entre o consumidor e os comerciantes, uma vez que muitas famílias brasileiras têm celulares em casa, mas não computadores, o que aumenta a adesão a novas tecnologias financeiras.
“Tendo o smartphone como aliado, percebemos que muitas instituições financeiras estão conseguindo fazer a migração do cartão e meios de pagamento físico para um modelo 100% online. Hoje, a gente consegue fazer pagamento até através da aproximação dos telefones nas famosas maquininhas”, completa o professor do Centro Universitário FIAP.
Junto com as novas tecnologias relacionadas às formas de pagamento, chegam também as dúvidas em relação a como elas poderão oferecer segurança para os consumidores.
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Carvajal acredita que há muito investimento, principalmente por parte dos bancos, para que os clientes estejam protegidos durante as transações. A implementação da criptografia para proteger senhas e também da biometria para validar os pagamentos tendem a estar cada vez mais presentes para oferecer segurança aos compradores.
Em relação ao futuro das formas de pagamento, Joana Henklein aposta mais em uma consolidação das novas formas de transação, como o Pix, do que em alguma inovação que altere muito a maneira como o consumidor brasileiro lida com os serviços financeiros.
Cláudio Carvajal entende que as grandes empresas de tecnologia vão começar a participar cada vez mais da vida financeira de seus usuários, principalmente implementando serviços nas redes sociais.
“A grande tendência é que as chamadas bigtechs ingressarem com novos serviços relacionados a meios de pagamentos eletrônicos. Essas devem ser as mudanças de maior impacto e que trarão mais oportunidades, pensando nos empreendedores e varejistas, por exemplo”, afirmou o professor.
*Estagiário do R7 sob supervisão de Pablo Marques