Edward Snowden diz que agência de segurança dos EUA poderia ter prevenido ataque hacker
Malware que se alastrou por quase 100 países pode ter sido roubado da NSA
Tecnologia e Ciência|Do R7
Edward Snowden, ex-prestador de serviços da NSA (Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos), culpou a agência americana por não ter prevenido o ciberataque que se alastrou por quase 100 países desde a última sexta-feira (12).
Conforme informou o jornal The New York Times, o mega atentado hacker pode ter sido feito com o uso de um vírus roubado da própria NSA por um grupo autodenominado “Shadow Brokers”. Em post no Twitter, Snowden afirmou que o Congresso americano deveria investigar se a agência estava ciente das vulnerabilidades de seu sistema suscetíveis a explorações de hackers.
— Se a NSA tivesse reportado, em caráter privado, a falha no sistema usada para atacar hospitais no momento em que se soube que ela existia — e não quando o malware já havia se espalhado pelo mundo —, isso [o ciberataque] provavelmente não teria acontecido.
O que se sabe até agora do 'sequestro' de computadores em grandes empresas ao redor do mundo
O ex-prestador de serviços ainda disse que "apesar de todos os avisos, a NSA construiu ferramentas perigosas para ciberataques que poderiam comprometer os softwares de todo o Ocidente. Hoje nós pagamos o preço".
Hospitais ainda sofrem
No Reino Unido, seis instituições públicas de saúde vinculadas ao NHS (National Health System) — rede britânica equivalente ao SUS — ainda estão tentando salvar seus arquivos do ciberataque. A informação é do jornal britânico The Independent.
Desde ontem (12), o atentado hacker forçou hospitais na Inglaterra a cancelarem consultas e adiarem tratamentos por conta do problema.
O ataque de grandes proporções também atingiu diversas empresas e organizações pelo mundo. A empresa tcheca de antivírus Avast, que figura entre as dez maiores do mundo no ramo, informou hoje (13) que o malware se espalhou por 99 países, incluindo Reino Unido, EUA, China, Rússia, Espanha e Itália.
Europol classifica novo ciberataque como 'sem precedentes'
O que se sabe até agora é que o atentado foi uma campanha de ramsonware — em que computadores são infectados com um vírus que codifica e "sequestra" os arquivos. Os invasores, então, pedem um "resgate": ameaçam destruir (ou tornar públicos) os materiais roubados caso não recebam dinheiro em troca da devolução.
No Brasil, a reportagem do R7 apurou que foram afetadas a sede brasileira da Telefônica/Vivo, em São Paulo, além do Tribunal de Justiça de São Paulo, o Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo e o Ministério Público do Estado de São Paulo. Ainda não está claro, porém, o alcance dos ataques no País.