O cometa Neowise poderá ser visto do Brasil, a olho nu, a partir desta quarta-feira (22) até o dia 30 de julho. O corpo celeste só passará novamente pelo planeta daqui a 6.800 anos. Mas, afinal, o que são cometas? Quando surgiram? Por que passam de tempos em tempos pelo mesmo lugar? Essas e outras dúvidas foram respondidas pelo coordenador do Observatório de Astronomia da Unesp Bauru, Rodolfo Langhi
*Estagiária do R7, sob supervisão de Pablo Marques
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Langhi explica que um cometa é composto basicamente de rocha, tal como existe aqui na Terra, e
gelo
NASA / Deep Impact Spacecraft
Os tamanhos dos cometas variam bastante. Podem ir desde alguns metros a até centenas de quilômetros,
chegando a atingir a extensão de montanhas, como o Everest
ESA/Rosetta/Philae/CIVA
As caudas
compridas e brilhantes dos cometas, aspecto pelo qual são conhecidos, nada mais
são do que as partículas de rocha e poeira que se soltam enquanto os
cometas se movimentam pelo espaço. Essa é a parte que pode ser observada aqui da Terra como um risco luminoso no céu
NASA
"Os cientistas acreditam que os cometas se originaram na mesma época em que o Sistema Solar estava se formando, há cerca de 4,8 bilhões de anos", afirma Langhi. Segundo ele, os corpos celestes se formaram em uma região chamada Nuvem de Oort, situada a uma distância 50 mil vezes a distância da Terra até o Sol
NASA
O Sol possui cerca de 99,9% de toda a massa do sistema
solar. Por esse motivo, estrelas, planetas e cometas giram em torno dele, e consequentemente, passam de tempos em tempos pelo mesmo lugar. No caso do cometa Neowise, a cada 6.800 anos uma volta é completada
Kent Porter / The Press Demoract
Langhi acrescenta que alguns cometas podem ficar presos em uma órbita
fechada em torno do Sol, dando voltas periódicas em torno dele, e outros podem
assumir uma órbita aberta, passando por ele apenas uma vez e nunca mais voltar. Há também aqueles que vão em direção ao Sol e são destruídos pelas altas temperaturas
NASA
As temperaturas dos cometas variam de acordo com a
distância em que se encontram do Sol, que é a principal fonte de calor do Sistema
Solar. Quando ainda estão na Nuvem de Oort, suas temperaturas são extremamente baixas. A distância do Sol também interfere no brilho que pode ser visto aqui da Terra – quanto mais próximo, melhor a visualização
NASA
Muitas sondas espaciais já foram enviadas a cometas. Na missão Deep Space 1, realizada em 2001,
a NASA se aproximou do cometa Borelly. A agência espacial também conseguiu
visitar o cometa Wild2, em 2004, e recolheu materiais dele com a finalidade de
trazer de volta à Terra para análise
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Além disso, a ESA
(Agência Espacial Europeia) já visitou dois cometas: o Halley, em 1986, e o
Churiumov-Gerasimenko, em 2014, chegando, inclusive, a pousar nele