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Tecnologia e Ciência

Google depende de conteúdo jornalístico para manter usuários engajados, revela estudo

Pesquisa na Suíça mostrou quanto a big tech deveria pagar por notícias, com técnica que pode ser aplicada em outros países

Tecnologia e Ciência|Filipe Siqueira, do R7

O buscador do Google depende da veiculação de notícias para satisfazer usuários e ganhar engajamento, revelou um estudo feito com centenas de entrevistados na Suíça.

A pesquisa envolveu 1.573 pessoas, de 26 de janeiro a 8 de fevereiro, e traçou um perfil comportamental no uso do buscador para descobrir o valor das notícias dentro do ecossistema do Google.

Buscador da empresa depende de notícias para manter usuários satisfeitos
Buscador da empresa depende de notícias para manter usuários satisfeitos

Em primeiro lugar, o estudo revelou que 86% dos usuários têm o hábito de usar o buscador para encontrar informações e notícias. E, ao utilizar o serviço, 53% ficam satisfeitos com as chamadas, e nem sequer clicam nos links.

O dado foi revelado por um estudo da consultoria FehrAdvice & Partners AG, do Instituto Federal de Tecnologia ETH Zürich e da Universidade de Zurique. Na pesquisa, os entrevistados usaram uma versão do Google com conteúdo jornalístico e outra sem ele — 70% dos entrevistados disseram que preferem a versão com notícias.


Sem conteúdo jornalístico, a satisfação com os resultados de busca também caiu: de 73% para 67%.

A pesquisa foi encomendada pela Associação Suíça de Publishers e concluiu que a big tech deveria pagar 154 milhões de francos suíços (R$ 857 milhões, no câmbio atual) anualmente às companhias de mídia do país, com base nos ganhos da empresa com publicidade nas buscas.


Em comunicados anteriores, o Google já afirmou que o conteúdo de mídia não é um grande impulsionador dos ganhos.

Atualmente, tanto o Google quanto outras big techs, principalmente o Facebook, tentam combater legislações que as obriguem a negociar com empresas de jornalismo e pagá-las para veicular notícias em buscas e timelines.


Recentemente, o Canadá aprovou uma lei que obriga os gigantes de internet a fazerem isso, e a reação do Google e da Meta, controladora do Facebook, foi anunciar que retirariam o conteúdo jornalístico de suas plataformas.

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Como resposta, o governo do país parou de pagar por anúncios nas empresas, mas declarações públicas do primeiro-ministro Justin Trudeau tentaram manter o otimismo nas negociações.

Em 2021, o governo da Austrália aprovou uma legislação parecida, considerada inovadora. Na época, ambas as empresas ameaçaram sair do país de forma semelhante, mas logo depois assinaram acordos financeiros, como previa a legislação.

LEIA ABAIXO: 'Cemitério' do Google relembra apps e produtos que já se foram

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