Governo paga quase R$ 65 mil para canal do Youtube elogiar a reforma do Ensino Médio
Governo paga quase R$ 65 mil para canal do Youtube elogiar a reforma do Ensino Médio
Hardware|Do R7
Stealth Marketing é uma modalidade de divulgação que tem como missão aproximar a propaganda do consumidor com algumas táticas, como, por exemplo usar uma pessoa "comum" ou que passe da forma mais natural possível a ideia ou aquele produto que esteja sendo vendido. Hoje em dia os Youtubers em sua grande maioria são vistos como pessoas com uma abordagem natural que foge um pouco do tal show business, e é claro que as marcas já viram isso e anunciam através desses canais que contam com um poder de influência gigantesco.
Porém essa questão da influência quando utilizada para passar uma ideia do governo, de forma que só mostre pontos positivos e que não fique bem claro que é uma propaganda pode gerar mais dúvidas do que esclarecimentos. Isso aconteceu com o canal "Você Sabia", que conta com mais de 7 milhões de inscritos. De acordo com a Folha de S. Paulo o canal recebeu R$ 65 mil do governo federal para fazer uma abordagem positiva sobre um assunto que tem gerado muita discussão: a reforma do ensino médio. O vídeo que usa uma linguagem informal e tem um certo ar de espontaneidade na verdade é uma publicidade do MEC (Ministério da Educação).
O vídeo que foi publicado em outubro de 2016 já conta com mais de 1 milhão de visualizações. Comandado pelos youtubers Lukas Marques e Daniel Molo, o "Você Sabia" trata o assunto de uma forma que deixe que a propaganda não exista, já que eles chegam inclusive a dizer que abordaram esse tema porque acharam interessante. A Folha de S. Paulo diz que outros dois canais foram procurados pelo governo, mas ambos recusaram a proposta.
Em entrevista à Folha de S. Paulo, Daniel Molo, disse que o vídeo foi encomendado pela Digital Stars, produtora responsável por outros Youtubers conhecidos, como Kéfera, Christin Figueiredo e Felipe Castanhari. "A gente já ia fazer um vídeo sobre o novo ensino médio. Como recebemos a proposta, decidimos aceitar", diz Molo.
O MEC diz que a agência foi escolhida por licitação, e que o uso de influenciadores digitais faz parte da estratégia de comunicação institucional. De outubro a janeiro o Ministério da Educação gastou R$ 13 milhões em publicidade, que inclui campanhas na TV e internet.
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