Hotel na China tem atendimento com robôs e porta sem chave
Rosto do hóspede fica registrado, portas se abrem através de reconhecimento facial e a iluminação é ajustável com um simples comando de voz
Robôs para fazer o serviço de quarto, portas que se abrem através de reconhecimento facial e iluminação ajustável com um simples comando de voz do hóspede. Assim é o FlyZoo, hotel futurista do grupo do gigante tecnológico Alibaba e que já começou a funcionar na China.
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"Graças às tecnologias avançadas do Grupo Alibaba, todo o hotel é coberto pelo sistema de reconhecimento facial e com inteligência artificial que melhora a experiência do hóspede", afirmou à Agência Efe uma porta-voz do hotel em uma visita ao espaço.
Já na recepção fica claro que aquele não é um hotel tradicional. Uma enorme parede de tela dá as boas-vindas aos hóspedes, que podem fazer seu check-in através de um aplicativo no próprio celular ou em prateleiras com telas touch screen. Tudo sem recepcionista ou fila de espera.
O rosto do hóspede fica registrado logo depois da entrada e essa será a chave de acesso ao quarto ou para utilizar o elevador, por exemplo. A foto feita com a câmera do telefone ou da prateleira no check-in serve ainda para liberar a utilização de áreas comuns, como a academia e o salão futurista equipado com parede e piso inteligentes e interativos para que o cliente possa fazer exercícios exclusivos.
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Dentro do quarto, um assistente pessoal - o Tmall Genie, desenvolvido pelo Alibaba -, dá as boas-vindas ao hóspede e ajuda com detalhes, como a temperatura do ambiente, a luminosidade, abertura das janelas ou programação da televisão.
Além disso, ele responde perguntas do tipo "qual a senha do wifi?" e pode reproduzir uma música determinada. E, se o hóspede quiser comer, beber ou pedir algum item de higiene, o Tmall Genie também ajuda.
É nesse momento em que surgem os personagens principais dos corredores do FlyZoo: os robôs que percorrem o hotel, sobem e descem no elevador, até chegar ao quarto do hóspede levando o que foi solicitado.
"O objetivo deste tipo de tecnologia não é reduzir a quantidade de funcionários necessários, mas aumentar o rendimento e a eficiência do hotel, usar as pessoas nos lugares certos, ao invés de profissionais fazendo trabalhos repetitivos", explicou a porta-voz.
Assim, com a liberação das tarefas mais rotineiras, a equipe pode se concentrar em oferecer a melhor experiência aos hóspedes.
"É um hotel do futuro, mas não quer dizer que seja completamente sem humanos para operá-lo porque isso é obviamente impossível", reforçou a porta-voz, que não quis dar números sobre quanto a empresa economiza com mão de obra.
O FlyZoo, que conta com 290 quartos e fica na cidade de Hangzhou, muito perto de onde o Grupo Alibaba tem sua principal sede, tem cerca de 100 funcionários.
Os preços da diária vão de 600 a 2.300 iuanes (R$ 340 a R$ 1.300, aproximadamente), embora Jack Ma, o fundador do grupo, não tenha criado o espaço com a intenção principal de aumentar seu rendimento, e sim para mostrar as possibilidades existentes no setor hoteleiro.
De acordo com um comunicado do diretor-executivo do Alibaba Future Hotel, Andy Wang, o FlyZoo Hotel "representa o esforço do Alibaba para unir hospitalidade e tecnologia e, em última instância, inspirar e empoderar a indústria do turismo para adotar a inovação".
No país das câmeras e do reconhecimento facial, a privacidade parece ser algo quase impossível, mas a porta-voz do hotel enxerga a situação de forma diferente.
"Não é preciso ter preocupações sobre o direito à privacidade. Tudo o que é gravado vai ser eliminado depois da saída", garantiu.
Uma saída na qual o hóspede também não terá que ir à recepção, já que o check-out é feito através do telefone. Basta clicar, pagar o que foi consumido através do celular e sair, deixando para trás a tela gigante que agradece sua visita.
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