Huawei diz que continuará atualizando aparelhos Android
Ministério das Relações Exteriores da China declarou que o país ainda está revisando a decisão do Google de deixar de vender componentes e software
A empresa chinesa de tecnologia Huawei afirmou nesta segunda-feira (20) que fez "contribuições substanciais" ao desenvolvimento do sistema operacional Android e que oferecerá atualizações de segurança e serviços pós-venda a todos os aparelhos depois que veio à tona a notícia de que o Google deixará de vender componentes e software à empresa chinesa.
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"A Huawei fez contribuições substanciais ao desenvolvimento e crescimento do Android. Como um de seus parceiros globais, trabalhamos estreitamente com a plataforma de código aberto para desenvolver um sistema que beneficiou tanto os usuários como a indústria", informou a empresa chinesa em comunicado.
A companhia continuará fornecendo atualizações e serviços pós-venda a todos os aparelhos, tanto "aos que já foram vendidos como aos que estão ainda em estoque", e acrescentou que seguirá construindo um "sistema de software seguro e sustentável" para todos os seus usuários no mundo.
O governo chinês, por sua vez, disse nesta segunda-feira (20) que apoia as companhias do país a "defenderem seus direitos legítimos", em resposta à decisão americana de limitar o abastecimento das empresas chinesas e a viabilidade da Huawei.
No entanto, na entrevista coletiva diária, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lu Kang, declarou que o país ainda está revisando a decisão do Google de deixar de vender componentes e software à Huawei, o último capítulo na disputa comercial e tecnológica entre o país e os Estados Unidos.
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"A China apoia as empresas chinesas para que tomem medidas legais e defendam seus direitos legítimos", disse Lu.
A Alphabet, a empresa que controla o Google, decidiu interromper o fornecimento de material de informática e alguns serviços de programação à empresa chinesa depois da emergência nacional declarada pelo presidente Donald Trump, segundo fontes citadas pelo conglomerado de notícias econômicas "Bloomberg".
Além disso, os principais fabricantes de processadores, entre eles Intel, Qualcomm, Xilinx Inc e Broadcom, informaram a seus funcionários que deixarão de fornecer componentes à Huawei até segundo aviso.
Por sua vez, o escritório do Google na China afirmou hoje que a companhia está "cumprindo com a norma" e "revisando as implicações das mesmas", segundo o meio de comunicação "The Beijing News", mas afirmou que os usuários atuais de 'smartphones' da Huawei poderão atualizar seus aplicativos, assim como os serviços do Google Play.
A dúvida que resta é sobre o que vai acontecer no momento em que o Google lançar uma nova versão do sistema Android, já que a Huawei, em princípio, não poderá oferecer a atualização em seus telefones.
A Huawei vem trabalhando há anos para enfrentar um "cenário de sobrevivência em condições extremas" com "planos de contingência que poderiam ser ativados da noite para o dia", disse He Tingbo, presidente de HiSilicon, fabricante de microprocessadores da empresa de tecnologia, em declarações veiculadas na publicação econômica chinesa "Caixin".
Em carta enviada na sexta-feira (17) aos funcionários e divulgada pela "Caixin", a companhia garante que esses planos permitirão à empresa seguir com seus negócios caso não possa adquirir chips e outras tecnologias avançadas dos Estados Unidos.
As últimas decisões sobre a Huawei estavam previstas desde que o presidente Trump declarou na última quarta-feira (15) uma emergência nacional para proibir que as companhias americanas façam negócios com empresas que supostamente tentam espionar o país, além da proibição sobre o uso de equipamentos de telecomunicações que elas fabricam.
Já estava previsto que tal decisão, tomada através de uma ordem executiva, prejudicaria companhias chinesas como a Huawei, que é considerada a segunda maior vendedora de 'smartphones' do mundo.
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