Chatbot de inteligência artificial permite que usuários simulem conversa com parentes mortos
Nova forma de lidar com o luto é parte do recurso da empresa You, Only Virtual, que vende a ideia de "nunca ter que dizer adeus"
Tecnologia e Ciência|Maria Cunha*, do R7
A empresa de inteligência artificial You, Only Virtual promete mudar o futuro dos sentimentos de dor e perda. Com um novo sistema de comunicação, a companhia criou um chatbot — programa de computador que tenta simular um ser humano em uma conversação — modelado a partir de registros deixados por parentes e amigos queridos que já morreram.
O funcionamento é simples: a You, Only Virtual verifica mensagens de texto, e-mails e telefonemas compartilhados entre um indivíduo e a pessoa falecida para elaborar um chatbot que compõe respostas originais, escritas ou de áudio — as quais imitam a voz do parente morto —, feitas com base no relacionamento que os dois compartilharam durante a vida.
"Nossa missão é ajudar os usuários a criar aquele sentimento genuíno de conexão com um ente querido para que sua memória esteja para sempre com você", afirma o site da empresa.
A companhia, fundada em 2020, ainda espera oferecer uma opção de bate-papo por vídeo neste ano “e, finalmente, fornecer realidade aumentada que permite a interação com uma projeção tridimensional”, informou o fundador da YOV, Justin Harrison, ao programa “Good Morning America”.
A expectativa de Harrison é que, com o recurso, "as pessoas não sintam tristeza alguma", já que será possível recriar a relação que foi estabelecida quando ambos estavam vivos. No site da You, Only Virtual, inclusive, a ideia de "nunca ter que dizer adeus" é colocada em destaque.
"Ao criar uma versão digital de si mesmo, você garante que estará sempre em contato, mesmo quando o impensável acontecer", diz a YOV.
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O fundador, que usou a tecnologia para criar “uma mãe virtual” depois que a mãe dele morreu, também rejeitou possíveis preocupações de privacidade levantadas pelo uso de conversas pessoais para construir um chatbot sem o consentimento do falecido.
"Você absolutamente não precisa do consentimento de alguém que está morto", disse ele. "Minha mãe poderia ter odiado a ideia, mas era isso que eu queria e estou vivo."
*Sob supervisão de Filipe Siqueira
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