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Tecnologia e Ciência

Poluição do ar está destruindo a vida sexual das moscas, revela estudo

Pesquisa apontou que o ozônio é capaz de alterar os feromônios de várias espécies de moscas-das-frutas, o que pode ser catastrófico

Tecnologia e Ciência|Filipe Siqueira, do R7

Ozônio dificulta muito a vida sexual de diversos insetos
Ozônio dificulta muito a vida sexual de diversos insetos

A poluição não afeta apenas nossos pulmões e longevidade, mas também está destruindo a vida sexual das moscas. O efeito colateral é causado pelos altos níveis de ozônio decorrentes de poluentes despejados no ar, que dificultam a comunicação por substâncias atrativas que é fundamental para o acasalamento de vários insetos.

A descoberta foi feita por um estudo liderado por pesquisadores do Instituto Max Planck de Ecologia Química, da Alemanha, e publicado no periódico científico Nature Communications.

Com a poluição, as moscas-das-frutas machos enfrentaram muita dificuldade para identificar as fêmeas, o que impacta na reprodução dos animais. Estudos anteriores haviam sugerido que diversas espécies de moscas-das-frutas são bissexuais, mas a nova pesquisa descobriu uma causalidade maior com o gás tóxico.

Mesmo pequenas porções de ozônio foram suficientes para "corromperem drasticamente" as interações reprodutivas dos insetos, uma vez que a molécula — conhecida como trioxigênio e comum na estratoefera, mas poluente quando produzido próximo da superfície do planeta — altera a composição química dos feromônios, usados para atração entre espécies.


O estudo expôs 50 moscas macho a 100 partes por bilhão (ppb) de ozônio (níveis médios globais de ozônio ficam entre 12 e 67 ppb) por duas horas. O poluente reduziu drasticamente a presença de um feromônio chamado cis-Vaccenyl Acetate (cVA) nas moscas.

Como resultado, os machos do ozônio demoraram o dobro de tempo para serem escolhidos pelas fêmeas.


"O macho se anuncia com feromônios. Quanto mais ele produz, mais atraente ele se torna para a fêmea", revelou Markus Knaden, que liderou o estudo.

Logo depois, os cientistas perceberam que os machos não conseguiam sequer distinguir eles próprios das fêmeas.


"No começo, foi uma observação muito engraçada ver cadeias realmente longas onde um macho cortejava o próximo e depois o próximo na linha", completou Knaden.

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A certa altura, os machos cheios de ozônio passaram a pular "em tudo que é pequeno e se mexe um pouco".

Embora as moscas-das-frutas sejam consideradas pragas em diversos países, elas são insetos importantes para decompor frutas apodrecidas, o que enriquece o solo de nutrientes.

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