Presença de big techs no mercado financeiro exige nova regulação, diz banco internacional
Gerente do Banco de Compensações Internacionais teme que empresas de tecnologia se tornem 'grandes demais para quebrar'
Tecnologia e Ciência|Do R7
É necessário repensar como regular diretamente as atividades das grandes empresas de tecnologia em serviços financeiros, devido ao seu tamanho e influência, disse nesta quarta-feira (8) um representante do Banco de Compensações Internacionais (BIS).
Empresas de tecnologia que administram grandes volumes de dados, como Alibaba e Amazon, estão envolvidas há algum tempo em serviços financeiros, como pagamentos, gerenciamento de ativos e seguros, algumas também fornecendo serviços de computação em nuvem para execução de serviços essenciais aos bancos.
O tamanho e alcance dessas empresas permite que elas possam aumentar rapidamente sua participação no mercado financeiro, disse o gerente geral do BIS, Agustin Carstens. Isso cria o risco dessas empresas se tornarem "grandes demais para quebrar" — um problema que os reguladores dos mercados financeiros esperavam ter resolvido com os bancos após resgates de bilhões de dólares concedidos durante a crise financeira internacional ocorrida há mais de uma década.
“Sem dúvida, uma revisão regulatória é necessária e precisamos de um novo caminho a seguir”, disse Carstens, acrescentando que é necessária uma nova estrutura “holística”, que inclua a exigência de isolamento de outras operações dos serviços financeiros fornecidos por essas empresas.
As grandes empresas de tecnologia com atividades financeiras significativas também podem estar sujeitas a requisitos de governança, conduta de negócios e resiliência operacional, disse Carstens.
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As regras de resiliência operacional já estão surgindo na União Europeia, Reino Unido e em outros lugares, dando aos reguladores financeiros capacidade de supervisão sobre o uso por bancos e seguradoras de empresas externas de computação em nuvem, como Amazon, IBM e Microsoft.
Os benefícios potenciais da entrada das grandes empresas de tecnologia no setor financeiro incluem melhores resultados para os clientes, maiores eficiências do mercado financeiro e inclusão financeira, disse Carstens. "É hora de passar da teoria à prática e considerar opções tangíveis para ações regulatórias."
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