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Saiba o que aconteceu de mais importante na tecnologia espacial em 2014

Queda de aeronaves e aterrissagem em cometa foram destaques

Tecnologia e Ciência|Do R7*

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Ano de 2014 apresentou desafios e conquistas para todas as agências espaciais do mundo
Ano de 2014 apresentou desafios e conquistas para todas as agências espaciais do mundo

O ano de 2014 teve muitos altos e baixos na área da tecnologia espacial, tanto no âmbito nacional, quanto com as agências estrangeiras. O R7 reuniu os principais fatos que aconteceram durante o ano em relação a turismo e conquista espacial, além das novidades da Agência Espacial Brasileira (EAB).

Confira:


Desastre da Virgin

No último dia de outubro deste ano, uma nave tripulada da Virgin que seria utilizada para voos de turismo espacial caiu após ter uma falha em suas engrenagens. O acidente teve uma vítima fatal: o co-piloto Michael Alsbury, que morreu na queda, e o piloto Peter Siebold que ficou gravemente ferido.


Quase quatro meses após o desastre, os cientistas ainda estão pesquisando a causa do acidente. Alguns acreditam que o novo tipo de combustível utilizado no teste tenha causado a explosão, enquanto uma das teorias alega que uma falha no dispositivo de freio foi o culpado.

O acidente resultou em um debate sobre os riscos envolvidos no turismo espacial, área que ainda está em desenvolvimento por muitas empresas. Paul Kostek, do Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos, uma organização mundial, explica que o turismo espacial está praticamente engatinhando.


— Analisando a história, é possível colocar um pouco de perspectiva. Faz pouco mais de 50 anos que o homem conseguiu levar um astronauta para o espaço, e mais de um século que os aviões se tornaram viáveis. Entretanto, foi apenas na década de 1950 que os voos comerciais ficaram seguros como são hoje. Estamos hoje em dia mais ou menos nesse estágio: a tecnologia está sendo desenvolvida e as pessoas envolvidas com isso podem correr riscos.

A Virgin confirmou que uma parte dos clientes que haviam comprado passagens para viagens espaciais desistiram, mas a empresa recebeu autorização para continuar os testes assim que os motivos do acidente tenham sido esclarecidos.


Turismo espacial ainda não é confiável, diz especialista

Explosão da nave da Nasa

Praticamente um mês antes, outro acidente: desta vez o foguete Antares, da empresa privada Orbital Sciences Corporation, com mais de duas toneladas de carga para a Estação Espacial Internacional (EEI, na sigla em inglês), explodiu pouco após decolar das instalações da Nasa na Ilha Wallops, na Virgínia.

Nasa afirmou que explosão foi uma "anomalia catastrófica"
Nasa afirmou que explosão foi uma "anomalia catastrófica"

Ainda estão sendo realizadas investigações para precisar a causa da explosão, mas um porta-voz da Nasa descreveu a explosão como sendo “uma anomalia catastrófica” durante a transmissão do evento no streaming da agência.

De acordo com Paul Kostek, a hora da decolagem é um dos momentos mais críticos em qualquer missão espacial.

— Existem dois momentos muito críticos: a decolagem e a aterrisagem. A hora que o foguete decola é perigosa principalmente por conta da enorme quantidade de combustível que ele leva, que pode facilitar explosões. Já a volta é complicada por conta da reentrada na atmosfera.

Confira fotos da explosão do foguete da Nasa

A Nasa reforça que esse caso é uma exceção na história da agência, e que dias depois outra nave foi enviada com os mantimentos necessários para os astronautas.

A sonda Rosetta aterrissa em cometa

Um dos pontos altos na tecnologia espacial este ano foi a chegada da sonda Rosetta até o cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, após dez anos de viagem pelo espaço. No dia 12 de novembro, o módulo Philae, que tem o tamanho de uma máquina de lavar roupa, conseguiu aterrissar com sucesso no cometa, marcando a história da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês).

O objetivo da missão é coletar amostras da superfície do cometa, que serão analisadas remotamente. O módulo teve por volta de 64 horas para colher todas as mostras, fotografar e enviar os dados aos cientistas. Atualmente, ele está “hibernando” para recolher mais energia solar e voltar a funcionar, o que deve acontecer apenas no segundo semestre de 2015.

Robô que pousou em cometa envia primeiras fotos

Os cientistas esperam que com os resultados dessas análises seja possível analisar as origens do Sistema Solar, já que os cometas são considerados "cápsulas do tempo" por terem sido gerados há cerca de 4,5 bilhões de anos.

Primeiro passo para homem ir a Marte

A missão Orion, a primeira da Nasa que envolve a conquista espacial desde a missão que levou o homem à Lua, foi realizada com sucesso na primeira semana de dezembro. O lançamento do foguete Delta IV-Heavy foi apenas um teste para as tentativas que devem ocorrer nos próximos anos para levar o homem a Marte.

Os testes deu aos engenheiros da Nasa a oportunidade de checar o desempenho do escudo de calor da Orion, que enfrentou uma temperatura de 2.000 graus. Além disso, também foi possível observar os testes dos paraquedas da cápsula. Ambos deram certo: a cápsula caiu “inteira” no Oceano Pacífico.

O primeiro voo de testes do Orion com tripulantes a bordo está previsto para 2021. Depois disto, a previsão é que a Nasa lance a tripulação pioneira para viver em Marte em 2030. Será esse o início de uma nova corrida espacial?

O principal objetivo do satélite é proteção do território nacional
O principal objetivo do satélite é proteção do território nacional

E o Brasil?

A Agência Espacial Brasileira (AEB) também teve novidades que vieram logo no fim de 2014. No dia 7 de dezembro o satélite sino-brasileiro CBERS-4 foi lançado da base espacial chinesa de Taiyuan, no norte do país asiático, como parte do programa de cooperação entre ambos os países e um ano depois que o projeto do CBERS-3 fracassou, após ter caído na Terra ao não conseguir a órbita prevista.

Só pesquisa e desenvolvimento espaciais garantem a soberania nacional

O principal objetivo do satélite é proteção do território nacional e observação do desmatamento no País. De acordo com o presidente da Agência Espacial Brasileira, José Raimundo Braga Coelho, o programa espacial brasileiro está mais voltado para usar o espaço como posto de vigilância do território e fronteiras nacionais do que interessado em projetos mais ambiciosos, como a missão Orion, que quer levar o homem a Marte.

Enquanto a Nasa e a ESA estão lançando foguetes para fora da nossa atmosfera, Coelho reforça que o principal interesse da AEB no momento é completar os projetos que estão em andamento, como terminar o Centro de Lançamento de Alcântara (Maranhão), finalizar o projeto de lançadores, além de melhorar a performance do Brasil na área de satélites.

A AEB, entretanto, não está sozinha: o País conta com uma série de parcerias com agências espaciais de outras potências para a criação, transferência do conhecimento para desenvolvimento e operação desses satélites.

* Colaborou Isabella Santoro, estagiária do R7

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