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Tecnologia e Ciência

Testes sugerem que lentidão de iPhone envolve desgaste de bateria

Limitação de processador seria uma forma de evitar desligamentos

Tecnologia e Ciência|Filipe Siqueira, do R7

Empresa afirma que Apple limita chip por atualização de software
Empresa afirma que Apple limita chip por atualização de software

As reclamações envolvendo a lentidão do iPhone com o passar do tempo não são novas. Muitos usuários afirmam que após dois anos o telefone demonstra uma visível queda de performance, mesmo que tenha um hardware melhor que telefones lançados posteriormente. A culpa geralmente recai nas atualizações da Apple, mas uma nova série de testes sugere que o problema pode ser desgaste de bateria.

Uma publicação do usuário TeckFire, do Reddit, afirmou que um iPhone 6s tinha desempenho visivelmente inferior ao iPhone 6 Plus do irmão dele, o que não deveria acontecer pelo hardware do primeiro ser (bem) melhor. Ao descobrir que sua bateria tinha cerca de 20% de desgaste e trocar a peça, as mudanças impressionaram.

TeckFire rodou o benchmark Geekbench, que mostrou que o desempenho do processador quase dobrou com a mudança de bateria. Passou de 1.466 para 2.526 pontos no modo single-core e 2.512 para 4.456 pontos no multi-core.

A própria Primate Labs, empresa responsável pela Geekbench, fez um estudo que indica que existe, de fato, uma ligação entre queda de performance e desgaste de bateria, provavelmente pela Apple introduzir uma limitação de desempenho por software.


Os testes de benchmark levaram em conta o desempenho de unidades do iPhone 6s rodando diferentes versões do iOS e concluiu que ele funciona melhor com iOS 10.2 e diminui consideravelmente nas versões 10.2.1 e 11.2.

A sugestão é que a Apple cria uma limitação de software para evitar que a bateria acabe muito rápido, o que limita o desempenho do processador. O mesmo ocorre com modelos diferentes de iPhone 7, rodando versões do iOS 10 ou 11. Como a queda de performance é muito abrupta, a empresa duvida que a Apple não tenha conhecimento dela. É possível ver todos os testes com gráficos no site da Primate Labs.


A principal teoria indica que a medida é uma forma de evitar que o aparelho desligue, uma vez que o desgaste diminui o poder de fornecimento energético dela, que em certo momento é inferior ao consumo do processador em momentos de pico. Por isso o desempenho do chip diminui.

ATUALIZAÇÃO: Em nota oficial enviada ao site americano TechChrunch, a Apple confirmou a prática e se justifica ao dizer que deseja "oferecer o melhor desempenho para os consumidores", o que inclui "o prolongamento da vida útil dos dispositivos".


"As baterias de íons de lítio tornam-se menos capazes de atender às demandas de pico de corrente em ambientes frios, com baixa carga ou à medida que envelhecem ao longo do tempo, o que pode resultar no desligamento inesperado do dispositivo para proteger seus componentes eletrônicos", afirma a empresa.

Segundo a Apple, o recurso foi lançado ano passado para iPhone 6, iPhone 6s e iPhone SE, visando "suavizar os picos instantâneos somente quando necessário e evitar desligamentos inesperados".

Embora as justificativas estejam corretas, a empresa poderia ser um pouco mais transparente para evitar dúvidas nos consumidores, que poderiam achar que se tratava de algum truque da empresa apra fazê-los trocar de aparelho.

A possibilidade continuará a ser investigada, mas a sugestão da Primate é que uma troca de bateria pode resolver um problema de lentidão, ao invés de uma troca completa do aparelho.

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