Twitter pode ter dificuldades para provar que Meta roubou segredos comerciais
Segundo email, ex-funcionários de Elon Musk estariam trabalhando no Threads, plataforma lançada por Mark Zuckerberg
Tecnologia e Ciência|Do R7
A alegação do Twitter de que a Meta roubou seus segredos comerciais para construir uma nova plataforma de microblogging pode ser o primeiro ataque em uma batalha legal entre os gigantes das redes sociais, mas especialistas dizem que o Twitter terá que superar um grande obstáculo se decidir processar.
Em uma carta enviada na quarta-feira (5), o Twitter alegou que a Meta utilizou seus segredos comerciais para desenvolver sua nova plataforma de mídia social, chamada Threads, e exigiu que ela deixasse de usar as informações.
O Twitter disse que a Meta contratou dezenas de seus ex-funcionários, muitos dos quais "retiveram indevidamente" dispositivos e documentos da empresa, e afirmou que a Meta "deliberadamente" os designou para trabalhar no Threads.
Não ficou claro se algum processo será aberto.
Um porta-voz do Twitter não respondeu imediatamente a um pedido de comentário. O porta-voz da Meta, Andy Stone, disse em uma publicação no Threads, na quinta-feira (6), que nenhum membro da equipe de engenharia do site é ex-funcionário do Twitter.
Especialistas jurídicos disseram que, embora muitas empresas tenham acusado de roubo de segredos comerciais concorrentes que contrataram ex-funcionários e que possuem um produto semelhante, os casos são difíceis de serem comprovados.
Para vencer, uma empresa precisa mostrar que seu concorrente obteve informações economicamente valiosas e que a empresa havia feito "esforços razoáveis" para mantê-las em segredo, disse Polk Wagner, professor de direito da Universidade da Pensilvânia.
No entanto, a questão do que constitui um "esforço razoável" pode ser complicada, disse ele.
"Os tribunais deixam bastante claro que você não pode simplesmente agitar as mãos e dizer que algo é um segredo comercial. Por outro lado, você não precisa trancar tudo de forma que ninguém possa usar as informações", disse Wagner.