UE abre investigação contra Google por publicidade on-line
Comissão vai avaliar se empresa distorce concorrência restringindo acesso aos dados dos usuários por outras empresas
Tecnologia e Ciência|Do R7
A Comissão Europeia anunciou, nesta terça-feira (22), a abertura de uma investigação antitruste contra o Google por sua tecnologia de publicidade on-line, para determinar se distorce a concorrência, ao restringir, para outras empresas, o acesso aos dados de seus usuários.
Em um comunicado, a comissária europeia para a Concorrência, Margrethe Vestager, afirmou que o Google "está presente em todos os níveis da cadeia de publicidade on-line. Preocupa-nos que o Google tenha tornado mais difícil a atuação de serviços de publicidade concorrentes".
De acordo com a Comissão, a investigação examinará "se o Google distorce a concorrência ao restringir o acesso de terceiros aos dados do usuário para fins publicitários em sites e aplicativos, reservando essas informações para seu próprio uso".
O Google fornece vários serviços de tecnologia que funcionam como intermediários entre anunciantes e editores para mostrar anúncios em sites, ou em aplicativos móveis.
Em 2019, os gastos com publicidade na UE chegou a cerca de € 20 bilhões.
Para a comissária, os serviços de publicidade on-line "são o cerne da forma como o Google e as empresas monetizam seus serviços" na Internet.
"O Google coleta informações que são usadas para publicidade direcionada, vende espaços de anúncios publicitários e também atua como intermediário de publicidade", acrescentou ela.
De acordo com Vestager, a existência de um ambiente equilibrado "é essencial para todos".
"A concorrência leal é importante, tanto para que os anunciantes cheguem aos consumidores e para que as publicações vendam seu espaço para os anunciantes, quanto como forma de gerar receita", completou.
"Também vamos avaliar a política do Google sobre o rastreamento dos usuários para garantir que esteja de acordo com a norma de uma concorrência justa", afirmou a comissária.
Um porta-voz do Google disse à AFP, por sua vez, que "continuaremos nos relacionando de forma construtiva com a Comissão Europeia para responder às suas perguntas e demonstrar os benefícios dos nossos produtos para as empresas e os usuários europeus".
Segundo esta mesma fonte, "milhares de empresas europeias usam nossos produtos publicitários para alcançar novos clientes todos os dias (...). Fazem isso porque (os produtos) são competitivos e eficientes".