ANP exigiu aumento da produção da plataforma da Petrobras dias antes da explosão
Petrobras deve apresentar estudos para redução da capacidade ociosa da área até 2016
Brasil|Do R7
A Petrobras recebeu exigência da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) para aumento da produção da plataforma Cidade de São Mateus poucos dias antes da explosão que deixou cinco trabalhadores mortos (quatro brasileiros e um indiano), quatro desaparecidos e 26 feridos no litoral capixaba, nesta semana.
A determinação foi uma condicionante apresentada pela ANP para a aprovação do Plano de Desenvolvimento dos Campos de Camarupim e Camarupim Norte, onde está lotada a plataforma, operada pela norueguesa BW Offshore a serviço da Petrobras.
Segundo ata de reunião de diretoria da autarquia, realizada na quarta-feira (4) da semana passada, a Petrobras deve apresentar estudos para redução da capacidade ociosa da Cidade de São Mateus até janeiro de 2016.
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Além de incluir informações para perfuração e interligação de um novo poço produtor no reservatório, a agência reguladora também exigiu estudos para a interligação de novo poço produtor no campo de Golfinho, vizinho dos dois campos.
A FPSO Cidade de São Mateus, que armazena e produz petróleo e gás, operava a cerca de 40 km da costa, segundo a ANP, produzindo cerca de 2,25 milhões de metros cúbicos por dia de gás.
O volume é equivalente a aproximadamente 3% da produção de gás da Petrobras em dezembro, que atingiu ao todo naquele mês 73,5 milhões de metros cúbicos/dia.
A produção de gás é escoada por duto para terra e, segundo ficha técnica publicada pela BW Offshore, a FPSO tem capacidade de armazenagem de 700 mil barris. Já a produção de petróleo é de 350 metros cúbicos de óleo/dia.
Camarupim é operado pela Petrobras, que tem 100% da concessão. Já Camarupim Norte é operado pela Petrobras, com 65%, em parceria com a brasileira Ouro Preto Energia, que detém os demais 35%.
No campo de Golfinho, a Petrobras detém 100% da concessão.
Busca por desaparecidos
Mais cedo, a BW Offshore informou nesta sexta-feira (13) que quatro de seus trabalhadores mortos na explosão eram de nacionalidade brasileira, enquanto o quinto era indiano.
Ainda havia quatro trabalhadores desaparecidos, todos eles brasileiros. A empresa disse que estava firme nas buscas dos desaparecidos.
O local onde ocorreu a explosão permanecia inundado e inacessível, segundo a última informação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, na noite de quinta-feira (12).