Cunha recua e avisa que Câmara vai rever passagem aérea para marido e mulher de deputado
Na semana passada, Casa havia liberado viagem de avião entre Brasília e Estado de origem
Brasil|Do R7, com Agência Câmara
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse nesta segunda-feira (2) que a Mesa Diretora da Casa vai se reunir amanhã para rever a decisão de permitir a compra de passagens aéreas para maridos e mulheres dos parlamentares.
Houve um recuo em relação à decisão da última quarta-feira (25) por causa da repercussão da medida na opinião pública, explicou Cunha.
— Estamos sempre subordinados à vontade da opinião pública. E se nós fizemos algo que a repercussão não está positiva, cabe a nós fazermos mea culpa e corrigirmos.
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Cunha irá propor, segundo ele, uma regra para os parlamentares não poderem comprar passagens para cônjuges. As exceções deverão ser solicitadas pelo parlamentar a partir de justificativa com critério a ser definido pela Mesa.
Pela decisão que deve ser revista os deputados podem utilizar o valor da cota para pagar a passagem aérea dos seus cônjuges, desde que o trajeto seja entre o estado de origem e Brasília. Até essa decisão, os bilhetes aéreos só podiam ser emitidos para os deputados e seus assessores de gabinete.
Sem cabimento
Quatro partidos (PT, PSDB, PSOL e PPS) já tinham anunciado que abririam mão do uso da verba para cônjuges.O líder do PSDB, deputado Carlos Sampaio (SP), afirmou que ficou "muito feliz de o presidente da Câmara voltar atrás".
— Porque não tinha o menor cabimento, era inexplicável que dinheiro público viesse a custear passagem de esposas e maridos de parlamentares.
O partido entrou com um mandado de segurança no STF (Supremo Tribunal Federal) para impedir o pagamento. O ministro do STF Teori Zavascki negou na sexta-feira (27) a liminar do PSDB sobre as passagens e pediu mais informações para a Câmara sobre a questão.
Novo anexo
O presidente também negou que seria construído um shopping com recursos públicos em um futuro anexo da Câmara dos Deputados, como foi noticiado na semana passada.
— Isso [a construção do anexo] é uma coisa que está em estudo e o shopping não vai ser construído com dinheiro da Casa. O shopping é a forma de viabilizar a participação da iniciativa privada para bancar a obra da Câmara sem despesa para a Câmara.
Segundo Cunha, a proposta do anexo 5, uma de suas promessas de campanha, ainda está em estudo e a ideia é buscar uma parceria com a iniciativa privada para a construção do prédio que deve abrigar mais gabinetes para os parlamentares. O presidente voltou a afirmar que há recursos já reservados para as obras.