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Dilma promete tomar “providências” sobre suposto esquema de corrupção na Petrobras

Após acordo de delação premiada, ex-diretor da estatal denunciou parlamentares e governadores

Brasil|Do R7

Dilma participou hoje de encontro com mulheres em São Paulo
Dilma participou hoje de encontro com mulheres em São Paulo

A presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, comentou na manhã deste sábado (6) as denúncias do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que delatou à PF um esquema de corrupção na estatal envolvendo parlamentares e governadores da base aliada, além de um ministro. A presidente afirmou que não irá tomar decisões baseada em “especulações”, mas garantiu que tomará as “providências cabíveis”.

Segundo reportagem publicada pela revista Veja neste final de semana, Costa revelou à PF (Polícia Federal) os nomes de 32 parlamentares, três governadores e um ministro de Estado que participavam de um esquema de propina na maior empresa do País.

Segundo os depoimentos, os responsáveis pelo esquema exigiam uma contrapartida de empreiteiras que queriam fechar negócio com a Petrobras. Essas empresas tinham de reverter parte dos lucros aos cofres da estatal. Depois de lavado por doleiros, o dinheiro era repassado a políticos da base do governo.

"Eu gostaria de saber direitinho quais são as informações prestadas nessas condições e eu te asseguro que tomarei todas as providências cabíveis", disse a presidente, em coletiva de imprensa em São Paulo, antes de participar de um encontro com mulheres na sede do sindicato dos bancários.


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Dilma afirmou ainda que não poderia comentar o assunto "com base em especulação".

— A própria revista que anuncia esse fato diz que o processo está criptografado, guardado dentro de um cofre e que irá para o Supremo. (...) Eu quero as informações. Acho que as informações são essenciais e são devidas ao governo. Porque, caso contrário, a gente não pode tomar medidas efetivas.


O número de beneficiários do esquema varia de acordo com a fonte. Nesta sexta-feira (5), o jornal O Estado de S.Paulo informou que pelo menos 32 parlamentares foram citados por Costa. De acordo com a Folha de S.Paulo, contudo, o número de deputados envolvidos seria de 45, além de outros 12 senadores.

Entre os nomes mencionados pelo ex-diretor, cujos depoimentos já contam mais de 40 horas, estariam os atuais presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB), além do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB), e dos senadores Ciro Nogueira (PI), que é presidente nacional do PP, e Romero Jucá (PMDB-RR), ex-líder de governo.

Roseana Sarney (PMDB), governadora do Maranhão, Sérgio Cabral Filho (PMDB), ex-governador do Rio de Janeiro, e Eduardo Campos (PSB), ex-governador de Pernambuco, morto no dia 13 de agosto, também foram citados por Costa como beneficiários do esquema. 

Paulo Roberto Costa foi preso em março deste ano durante a operação Lava Jato, da PF, sob acusação de participar de um esquema de lavagem de dinheiro comandado pelo doleiro Alberto Youssef.

Diretor de Abastecimento e Refino da Petrobras entre 2004 e 2012, ele fechou um acordo com a PF de delação premiada — quando o réu revela denúncias em troca de redução da pena. Os depoimentos aos agentes federais acontecem desde a semana passada, em Curitiba, onde ele está preso.

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