Em nota, Augusto Nunes diz: 'Cedi à voz dos instintos e à honra ferida'
Jornalista divulgou comunicado sobre briga com Glenn Greenwald ao vivo durante o programa Pânico, da rádio Jovem Pan
Brasil|Do R7
O jornalista Augusto Nunes se pronunciou nesta quinta-feira sobre ter agredido o também jornalista Glenn Greenwald no programa Pânico, da rádio Jovem Pan. "Lamento o ocorrido. E peço aos ouvintes, espectadores e leitores que evitem traduzir em atos físicos quaisquer discordâncias políticas, e mesmo a indignação provocada por insolências inaceitáveis", diz em nota.
A agressão aconteceu ao vivo depois de Glenn chamar Augusto Nunes, que também é colunista da Record TV e do R7, de covarde, acusando-o de fazer comentários a respeito dos filhos de Glenn e seu marido, o deputado federal David Miranda (PSOL-RJ).
O jornalista do The Intercept disse que Augusto afirmou que um juiz deveria enviar seus filhos adotados de volta para um abrigo de menores e o chamou de "covarde" várias vezes. Augusto Nunes negou ter feito tal pedido e lembrou que, como David Miranda permanece em Brasília e Glenn "passa o tempo todo lidando com material roubado", em referência a informações vazadas por hackers, apenas perguntou quem ia cuidar dos filhos.
Nunes afirma ter considerado abandonar o estúdio. "Entendi que essa atitude confirmaria o teor das agressões verbais que sofrera. E não resisti ao que me sugeriam a voz dos instintos e honra ferida." Ao ser chamado de covarde várias vezes, ele reagiu.
David Miranda, marido de Glenn, divulgou uma resposta ao ocorrido: "Esse canalha usou nossos filhos, duas crianças, para atacar o meu trabalho e do meu marido, ele nunca falou das milhões de mães e pais solos que saem para trabalhar todos os dias. É tão covarde que não consegue escutar a verdade cara a cara e partiu para a agressão física."
O Grupo Jovem Pan também emitiu nota em lamenta o episódio. "A liberdade de expressão e crítica concedida pela Jovem Pan a seus comentaristas e convidados, contudo, não se estende a nenhum tipo de ofensas e agressões. A empresa repudia com veemência esses comportamentos".
Leia a íntegra da nota de Augusto Nunes:
Já no início do programa Pânico desta quinta-feira, 7 de novembro, o convidado Glenn Greenwald voltou a acusar-me de ter recomendado à Justiça, num comentário em os Pingos nos Is, que lhe retirasse a guarda dos dois filhos. E pela terceira vez, agora pessoalmente, qualificou-me de “covarde”.
Em resposta, expliquei que ele não havia compreendido que meu comentário fora apenas uma ironia. Lembrei também a Glenn a gravidade da ofensa com que me atingira. Alheio aos sucessivos pedidos que lhe fiz, ele repetiu cinco vezes o insulto. “Covarde! Você é covarde!”
Até pensei em abandonar o estúdio. Mas entendi que essa atitude confirmaria o teor das agressões verbais que sofrera. E não resisti ao que me sugeriam a voz dos instintos e honra ferida.
Desde o começo da minha carreira pratico e recomendo que todos pratiquem o convívio dos contrários. Neste 5 de novembro, ao receber o Prêmio Comunique-se, reiterei a disposição de lutar para que seja encerrada a versão política do Fla-Flu que ocorre no brasil há alguns anos.
Lamento o ocorrido. E peço aos ouvintes, espectadores e leitores que evitem traduzir em atos físicos quaisquer discordâncias políticas, e mesmo a indignação provocada por insolências inaceitáveis.
Como disse na festa de premiação do Comunique-se, no meu mundo sempre será possível torcer pelo Fluminense no meio da torcida do Flamengo. Sem ofensas aos torcedores adversários.