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Entenda de onde veio e para onde foi o Bouboulina

Navio abasteceu na Venezuela em 18 de julho, zarpou três dias depois com destino a Cingapura, passadno a 730 km da costa da Paraíba em 28 julho

Brasil|Do R7

Navio Bouboulina abasteceu na Venezuela próximo ao dia 18 de julho
Navio Bouboulina abasteceu na Venezuela próximo ao dia 18 de julho

O delegado de Polícia Federal Agostinho Cascardo, um dos responsáveis pela investigação no Rio Grande do Norte, disse nesta sexta (1º), que o navio mercantil de bandeira grega Bouboulina se abasteceu na Venezuela próximo ao dia 18 de julho, no porto de José.

Lá, ficou por aproximadamente três dias, antes de zarpar com destino a Cingapura. Em seu caminho para o país do sudeste asiático, passou a cerca de 730 km da costa da Paraíba entre os dias 28 e 29 de julho.

Graças a imagens de satélite fornecidas por uma empresa privada, o setor de geointeligência da Polícia Federal identificou uma mancha de petróleo no local que teria sido o início do vazamento que já poluiu 250 praias em todos os nove estados do Nordeste.

Trajeto do Bouboulina
Trajeto do Bouboulina

Segundo o delegado Agostinho Cascardo, foram analisadas 826 imagens. “Temos uma foto do dia 28 em que não havia mancha nenhuma no local. E temos uma foto do dia 29 às 11h55 com uma mancha de tamanho considerável no local.”


A Marinha confirmou que o navio Bouboulina era o único que poderia ter deixado aquela mancha no local identificado naquele momento.

O navio não chegou a atracar no porto de Cingapura, e voltou para a África do Sul. Ali atracou, antes de seguir para a Nigéria. Atualmente ele se encontra atracado na costa da África.


Foram expedidos cinco pedidos de cooperação policial para cinco países diferentes por meio da Interpol.

A Polícia Federal deflagrou a Operação Mácula na manhã desta sexta (1º), para colher provas junto a duas empresas no Rio de Janeiro que mantiveram relações com a responsável pelo navio. Elas não são acusadas pelo crime.


Possibilidade de dois crimes

A empresa responsável pelo petróleo poderá ser enquadrada em dois crimes ambientais, segundo o delegado Agostinho Cascardo. “São dois crimes: o crime que é de poluição, previsto no artigo 54, e que falta definir se é culposo ou doloso. Um é de seis meses a um ano, outro de um a cinco anos.”

O segundo crime seria o de deixar de cumprir algo que a lei ambiental determina. “No caso, foi deixar de informar o derramamento ou descarte de petróleo no mar.”

O navio tem capacidade para transportar 80 mil toneladas de petróleo, o que não o classifica como um petroleiro de grande porte.

A Lachmann Agência Marítima afirmou "não ser alvo da investigação", a Witt O'Brien's Brasil declarou que "jamais" teve como cliente da empresa (Delta Tankers) cujo navio (Bouboulina) é apontado como causador da tragédia ambiental. 

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