Fachin aguardará pleno do STF para enviar denúncia de Temer à Câmara
Peemedebista é suspeito de obstrução de justiça e organização criminosa
Brasil|Raphael Hakime, do R7

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin, relator da denúncia feita pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra o presidente Michel Temer (PMDB), decidiu aguardar uma decisão do plenário da Corte antes de enviar o caso à Câmara dos Deputados.
Temer é suspeito de ter praticado obstrução de justiça e organização criminosa — mais oito pessoas, entre empresários e políticos do PMDB, foram denunciadas no mesmo processo. O despacho foi publicado nesta quinta-feira (14).
A sessão que decidirá se o processo vai para a Câmara está marcada para a próxima quarta-feira (20).
Neste encontro, os ministros terão que analisar um pedido da defesa de Temer sobre a "sustação de qualquer nova medida" de Rodrigo Janot contra o peemedebista. Na última quarta-feira (13), os ministros já iniciaram a discussão.
A defesa de Temer entrou com o pedido no Supremo na última sexta-feira (8), após o vazamento dos áudios de Joesley Batista, sócio da J&F, e do ex-diretor de relações institucionais da empresa Ricardo Saud. A polêmica gravação culminou na prisão provisória de ambos — convertida em preventiva pelo próprio Fachin nesta quinta-feira (14).
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Fachin mantém Joesley e Saud presos por prazo indeterminado
O procedimento adotado por Fachin hoje difere daquele adotado na primeira denúncia contra Temer, por corrupção passiva, em junho deste ano. Naquela ocasião, ministro resolveu remeter o processo imediatamente à Câmara dos Deputados.
O principal motivo para a mudança de postura do ministro em relação à primeira denúncia foi a possibilidade de cancelamento do acordo de colaboração premiada de Joesley Batista e de Ricardo Saud. É exatamente isso o que estará em jogo no plenário do Supremo na próxima quarta-feira (20).
Em seu despacho, Fachin destaca que "no momento presente, pende agora de análise por parte do Plenário Questão de Ordem suscitada no Inquérito n. 4.483, em que se controverte justamente a respeito da possibilidade, por parte deste Supremo Tribunal Federal, de sustar o encaminhamento da denúncia à Câmara dos Deputados para fins de deliberação prévia, em face da noticiada possibilidade de revisão ou de rescisão de acordo de colaboração premiada celebrado com integrantes do grupo J&F".
Fachin reforça ainda que "em homenagem à colegialidade e à segurança jurídica, emerge razoável e recomendável aguardar o julgamento da citada questão de ordem, previsto para o dia 20 de setembro próximo, conforme sessão de 13.9.2017".
Se o plenário do Supremo liberar a denúncia para a Câmara na próxima quarta-feira, a Casa Legislativa é quem dará a palavra final sobre a acusação — pode aceitar ou rejeitar. São necessários ao menos 342 deputados votarem neste sentido. Antes, porém, a denúncia precisa passar pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), que recomendará a a admissibilidade ou o arquivamento do processo.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou nesta quinta-feira (14) uma nova denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB), ao STF (Supremo Tribunal Federal), sob acusação de organização criminosa e obstrução de justiça. Além do peem...
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou nesta quinta-feira (14) uma nova denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB), ao STF (Supremo Tribunal Federal), sob acusação de organização criminosa e obstrução de justiça. Além do peemedebista, outras oito pessoas também são alvo da acusação. Na denúncia desta quinta, todos os nove são acusados de organização criminosa. No entanto, apenas três deles são suspeitos de obstrução de justiça: Temer, Joesley e Ricardo. Confira na galeria quem é quem na nova denúncia!





![Henrique Alves (PMDB-RN):
Ex-deputado federal e ex-presidente da Câmara dos Deputados, está preso em Natal (RN). Diálogos entre Henrique Alves e Eduardo Cunha apontam que o grupo "tinha ingerência também sobre o INSS". Segundo a acusação, "Operações Estruturadas do Grupo Odebrecht, confirmam as afirmações
do executivo da Odebrecht Márcio Faria da Silva quanto
aos pagamentos de propina no exterior no montante de US$ 20,8
milhões, destinados a políticos do 'PMDB da Câmara dos Deputados' [Michel Temer, Eduardo Cunha e Henrique Alves],
nos anos de 2010, 2011 e 2012](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/6SPV56YALZP77PBODFPDUFP6YE.jpg?auth=8c708989b0416b8c623ab512384e78c1b9b703e44c53d15628b68ebc2ee6e5b1&width=780&height=390)



















