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Força-tarefa da Lava Jato minimiza prisão de Mantega em hospital: "Foi uma coincidência infeliz apenas"

Ex-ministro foi detido no Albert Einstein, onde acompanhava cirurgia da mulher com câncer

Brasil|Do R7

Guido Mantega foi preso nesta quinta (22) em hospital de São Paulo
Guido Mantega foi preso nesta quinta (22) em hospital de São Paulo

A força-tarefa da Lava Jato minimizou nesta quinta-feira (22) o fato de a prisão do ex-ministro Guido Mantega ter ocorrido em frente ao Hospital Albert Einstein, em São Paulo. O ex-mandatário da Fazenda nos governos Lula e Dilma estava no local para acompanhar uma cirurgia da mulher, que enfrenta um câncer.

O delegado da PF (Polícia Federal) Igor Romário de Paula explicou que agentes federais seguiram o protocolo. Já o procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima resumiu o local da prisão a uma "coincidência infeliz".

— Infelizmente, coincidências como essas são tristes, mas não há como não se cumprir uma ordem judicial. É bom que se deixe claro que esse pedido do Ministério Público Federal aconteceu em julho de 2016. A decisão do juízo foi em agosto de 2016 e só não foi cumprida por circunstancias operacionais em decorrência das Olimpíadas. [...] Foi uma coincidência infeliz apenas.

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O ex-ministro Guido Mantega foi preso nesta quinta-feira (22), em São Paulo, por supostamente ter pedido um pagamento de R$ 5 milhões ao empresário Eike Batista. O dinheiro teria sido repassado ao casal João Santana e Mônica Moura, marqueteiros do PT, para quitação de dívida de campanha eleitoral de Dilma Rousseff em 2010.

Para o procurador, a situação está sujeita a acontecer "na vida de todos, inclusive nos réus pobres e nos réus ricos". Ele explicou que, "infelizmente, depois de deflagrada uma operação, não é possível voltar atrás no seu cumprimento".


O delegado federal, por sua vez, detalhou a operação desta manhã e informou que os agentes da PF foram à casa de Guido Mantega antes de o buscarem no hospital. De Paula negou que Mantega estivesse dentro do centro cirúrgico.

— A equipe [da PF] se dirigiu à casa do ex-ministro e desconhecia essa situação envolvendo a esposa dele. Prova disso é que a equipe foi ao apartamento. [...] A busca não foi realizada. Parte da equipe foi ao hospital e retomou o contato telefônico. [A prisão ocorreu] na lateral do hospital para não ter nenhum tumulto, com a presença do ministro e o advogado avisado. Ele não estava no centro cirúrgico, prova disso é que ele atendeu o telefone duas vezes para falar com a equipe.


O agente federal disse que "a cirurgia não era de conhecimento nosso, estava agendada pela família". Segundo de Paula, Mantega "saiu para o hospital às 4h30 ou 5h da manhã. Isso não era de conhecimento e não tinha como saber que estava marcado para hoje".

Prisão temporária

Mantega foi alvo de um pedido de prisão temporária, com validade de cinco dias. Esse prazo, porém, pode ser ampliado, uma vez que o juiz federal Sérgio Moro pode converter a temporária em preventiva — sem data determinada para acabar. O procurador da Repúiblica Carlos Fernando dos Santos Lima disse que o Ministério Público Federal pediu a preventiva, o que foi negado por Moro.

— A prisão deferida foi temporária e tem mais uma função de produção probatória. É necessária nesse momento em que estamos [porque estamos] fazendo buscas e apreensões e [para] tomar o depoimento de muitas pessoas nesse inquérito. [...] Pedimos preventiva, mas o juiz deferiu apenas a temporária.

Santos Lima disse também que "essa circunstância envolvendo Guido Mantega se soma ao quadro geral de corrupção instalado no governo federal desde 2003 e 2004". Ele disse também que o suposto acerto entre Eike e o casal Santana no exterior teria sido fruto do pagamento de “dívidas da campanha presidencial de 2010”.

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