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Janot vai pedir investigação de vazamento da delação

Delação de executivo da Odebrecht, que cita presidente e dezenas de políticos, pode até ser anulada

Brasil|Do R7

Janot: "Vazamento é ilegal e prejudica a investigação"
Janot: "Vazamento é ilegal e prejudica a investigação"

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, irá pedir uma investigação sobre o vazamento do anexo de delação premiada de um dos executivos da Odebrecht. Na sexta-feira (9), um anexo de 82 páginas da delação de Cláudio Melo Filho, ex-diretor de relações institucionais do grupo Odebrecht, foi divulgado por veículos de comunicação. O Estado obteve o documento, em que o executivo menciona que o presidente da República, Michel Temer, fez pedido de apoio financeiro para o PMDB ao presidente e herdeiro da empresa, Marcelo Odebrecht.

“Em virtude da divulgação, pela imprensa, de documento sigiloso que seria relativo à colaboração premiada de um dos executivos da Odebrecht, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, solicitará abertura de investigação para apurar o vazamento”, informa nota divulgada na noite deste sábado pela Procuradoria-Geral da República.

A PGR afirma ainda que o vazamento “além de ilegal, não auxilia trabalhos sérios que são desenvolvidos e é causa de grave preocupação para o Ministério Público Federal, que segue com a determinação de apurar todos os fatos com responsabilidade e profissionalismo”.

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Os vazamentos de informação da delação premiada podem gerar, inclusive, a anulação do acordo. Em agosto, Janot suspendeu as negociações de acordo de delação premiada com o executivo Léo Pinheiro, da OAS, após vazamento de trecho do que o empreiteiro prometia contar ao Ministério Público.

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“O MPF volta a expressar que todo documento de colaboração, para que possa ser usado como prova e para que tenha cláusulas produzindo efeitos jurídicos para o colaborador, somente possui validade jurídica após regular homologação pelo Supremo Tribunal Federal”, complementa a nota da Procuradoria.

O anexo da delação é o documento entregue no qual o delator se detalha o que pode contar em troca do benefício de uma pena reduzida. Após a entrega dos anexos, negociação da pena e assinatura do acordo de delação, a Odebrecht entra nessa semana na fase de colheita formal dos depoimentos dos delatores. Só após a oitiva de todos os 77 executivos que fazem parte do acordo da empreiteira o material é encaminhado ao ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF) que é responsável por homologar o acordo.

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