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Juiz vê ação "sorrateira" de Geddel ao esconder malas de dinheiro

Geddel Vieria Lima foi preso hoje em Salvador; ele cumpria prisão domiciliar

Brasil|

PF levou 14 horas para contar os R$ 51 milhões achados em Salvador
PF levou 14 horas para contar os R$ 51 milhões achados em Salvador PF levou 14 horas para contar os R$ 51 milhões achados em Salvador

O ex-ministro Geddel Vieira Lima, preso pela Polícia Federal nesta sexta-feira (8), continuou a praticar crimes e agiu de forma "sorrateira" ao esconder mais de R$ 51 milhões em espécie —apreendidos pela PF — em um apartamento de um conhecido em Salvador, disse o juiz federal Vallisney de Souza Oliveira no despacho que determinou a prisão preventiva de Geddel (leia a decisão do juiz).

Ao classificar o fato como "gravíssimo", o juiz da 10ª Vara Federal de Brasília disse que o regime de prisão domiciliar de Geddel não garante que ele não volte a praticar delitos. Para o magistrado, isso se nota pela "dinheirama" encontrada, sem documentação e sem comprovação de origem, perto da residência em que se encontrava desde julho até então.

"A decretação da prisão preventiva de Geddel Quadros Vieira Lima se impõe dentro desse novo contexto de reiteração delitiva ao ser localizado, no apartamento objeto de busca e apreensão em Salvador/BA, mais de cinquenta milhões de reais, mesmo estando o investigado em cumprimento de prisão domiciliar, medida esta que se torna agora ineficaz para garantia da ordem pública, aplicação da lei penal e conveniência da instrução criminal", disse Vallisney em sua decisão.

Para o magistrado, não há, diante das novas circunstâncias, nenhuma possibilidade de assegurar que Geddel esteja cumprindo e possa cumprir "rigorosamente todos os requisitos da cautela".

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"Aliás, como se pode ver, tudo evidencia que não está executando fielmente a medida alternativa à prisão, pois foram encontrados fragmentos de impressões digitais no material apreendido, e tanto de Geddel quanto de Gustavo Pedreira", disse o magistrado, também se referindo a um aliado do ex-ministro preso nesta sexta.

O juiz afirmou que, tanto quando Geddel foi ouvido pela Polícia Federal e por ele mesmo anteriormente, ele não revelou que era dono do dinheiro apreendido nem deu sequer indicação nesse sentido.

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"De modo que reitera na atividade delituosa de lavagem de capitais e outros delitos de forma sorrateira, em estado de permanência, pois os valores estavam ocultos em um apartamento cuja finalidade era exclusivamente para guardá-los", disse o juiz.

Para Vallisney, que já havia decretado no início de julho prisão preventiva de Geddel, convertida depois em domiciliar, são "fortes" os indícios da prática do crime de lavagem de dinheiro pelo ex-ministro. Há também indícios do cometimento de outros crimes sob investigação, como organização e criminosa e corrupção, por Geddel e por seu aliado preso, acrescentou o juiz.

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O juiz determinou também a realização de busca e apreensão no apartamento da mãe do ex-ministro por considerar que há "grande probabilidade" de que possa existir alguma prova documental relacionada à apreensão dos R$ 51 milhões. Ele destacou que a Polícia Federal alertara para o fato de que Geddel e ela residiam no mesmo prédio, o que pode facilitar que se esconda elementos de prova para as apurações.

A defesa de Geddel Vieira Lima informa que somente se manifestará "quando, finalmente, lhe for franqueado acesso aos autos, especialmente aos documentos que são mencionados no decreto prisional. Pesa dizer que o direito de defesa e, especialmente, as prerrogativas da advocacia, conferidas por lei, sejam tão reiteradamente desrespeitadas, impedindo-se o acesso a elementos de prova, já documentados nos autos".

"Bunker" atribuído a Geddel se tornou a maior apreensão da história da PF
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Investigação

Aliado histórico de Temer e bastante próximo do presidente, Geddel foi preso em 3 de julho, acusado de tentar pressionar o doleiro Lúcio Funaro para evitar que ele fizesse uma delação premiada. O ex-ministro foi solto dez dias depois para cumprir prisão domiciliar.

Geddel, preso nesta sexta como parte de uma nova fase da operação Cui Buono?, é acusado de intermediar a facilitação de crédito para empresas na Caixa quando era diretor de Pessoa Jurídica do banco, durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff.

Geddel, que é ainda ex-deputado federal, também foi ministro da Integração Nacional na gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A apreensão dos R$ 51 milhões em espécie no apartamento que seria usado por Geddel foi a maior do tipo já realizado pela PF.

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