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“Transposição de rios entre os Estados será comum no futuro”, diz presidente da Agência Nacional de Águas 

Agência Nacional de Águas alerta que é preciso se antecipar ao problema de escassez de água

Brasil|Carolina Martins, do R7, em Brasília

A polêmica entre São Paulo e Rio de Janeiro, que "disputam" as águas do rio Paraíba do Sul para evitar racionamento, revelou a crise por que passam os recursos hídricos no Sudeste, especialmente em um momento de estiagem.

O presidente da ANA (Agência Nacional de Águas), Vicente Andreu, alerta que a transposição de águas de um Estado para outro, alternativa buscada pelos paulistas, será uma medida comum no futuro.

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De acordo com Andreu, os governantes precisam se preparar e discutir, de maneira conjunta, os problemas de escassez de água para se anteciparem aos problemas e aumentar a segurança hídrica no País.


— É um fenômeno natural, não no Brasil, mas no mundo inteiro. Já se discutem questões de transposição e interligação de bacias. Isso vai acontecer e nós devemos nos antecipar para evitar situação como essas, nas quais, diante de uma crise, se buscam soluções [imediatas] e o arranjo fica muito difícil em função dos vários interesses envolvidos na disputa.

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De acordo com o presidente da ANA, haverá conflitos pelo uso da água, principalmente em regiões que têm poucos recursos hídricos e onde o desenvolvimento ocorreu de forma acelerada e não foi acompanhado de novas opções de captação de água.

Rio Paraíba do Sul


O conflito pelas águas no rio Paraíba do Sul começou depois que o governo de São Paulo apresentou, como prevenção a um possível racionamento, uma proposta para utilizar as águas da bacia, que também abastece o Rio de Janeiro.

A proposta do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, é fazer a transposição das águas, retirando recursos hídricos de um dos braços da represa do Jaguari, em Igaratá (SP), e levar a água para o reservatório Atibainha (SP), por um canal com 15 quilômetros de extensão.

Mas o governador do Rio, Sérgio Cabral, já avisou que não vai permitir a transposição das águas se isso colocar em risco o abastecimento das residências e das empresas cariocas.

Para o presidente da ANA, é legítimo que São Paulo queira aumentar a segurança hídrica do Estado. Mas, pondera ele, o governo do Rio de Janeiro também está certo ao se preocupar com os impactos que a transposição podem causar no Estado.

— É uma situação bastante complexa. Todos os argumentos que estão sendo colocados são corretos. À luz das necessidade que são reais, tanto de São Paulo quanto do Rio de Janeiro, é preciso buscar uma solução para este momento.

Andreu afirmou que a agência não libera autorização para as obras de transposição, mas sim analisa a solicitação para emitir um parecer. Segundo o presidente da ANA, a agência vai analisar uma maneira de reduzir prejuízos para os dois lados.

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